“São 200 anos de história, desafios e lutas”, afirmou a embaixadora da Nicarágua, Lorena Martinez, em nome dos cinco embaixadores de países da América Central – que estão comemorando o bicentenário de suas nações – e estiveram presentes à inauguração da Praça da América Central, em Brasília. Martinez destacou que neste mês de setembro, especialmente hoje, dia 15, esses países estão realizando muitas atividades e eventos comemorativos para destacar o que significa esta festa pátria para seus povos.
Os embaixadores de El Salvador, Victor Pizzati; Normán Lizano Ortiz, da Costa Rica; Jorge Reyes, de Honduras; Lorena Martinez, da Nicarágua; e Arturo Romero Duarte Ortiz, da Guatemala, além de outros embaixadores, diplomatas, representantes do Ministério das Relações Exteriores do Brasil e do Governo do Distrito Federal (GDF) estiveram presentes.
O administrador do Lago Sul, Rubens Santoro Neto; o secretário para projetos especiais do GDF, Roberto Andrade; e Renata Zuquim, chefe do Escritório de Assuntos Internacionais do GDF, representando o governador Ibaneis Rocha, também participaram da inauguração, que teve animação da Banda do Corpo de Bombeiros do DF. A Praça da América Central foi projetada pelos arquitetos Rafael Almeida e Jéssica Morais.
Diversidade – “Comemoramos juntos nossa independência e unidade, respeitando nossa diversidade”, disse a embaixadora Lorena Martinez. Na sua opinião, os centro-americanos têm o espírito de cooperação: “procuramos nos fortalecer para ser uma região com maiores perspectivas, apesar dos problemas conjunturais que têm nos afetado”.
Afirmou que todos estavam ali para inaugurar a praça, em homenagem aos 200 anos da independência de seus países, trazendo as cores da bandeira azul e branco (as bandeiras de El Salvador, Guatemala, Nicarágua e Honduras são azul e branco, e a de Costa Rica, azul, branco e vermelho), mas também homenageando as cores do Brasil.
Integração econômica
Lorena Martinez destacou que a América Central foi pioneira na integração econômica do mundo e se apresenta como um bloco de países imersos em um esquema de integração avançada. “Nossa América Central, junto com Belize, República Dominicana e Panamá, formam um sistema de integração centro-americana. Assinamos acordos comerciais em bloco com vários países e blocos de países e somos superamos 55 milhões de habitantes”
A embaixadora lembrou que neste ano de 2021, a América Central e o Brasil celebram 115 anos de integração diplomática, com fraterna relação de amizade e respeito mútuo. “Entretanto, fazemos um apelo para que olhem para a América Central como uma região de interesses estratégicos, não só políticos, mas de comércio e investimentos. É necessário avançar na independência econômica”.
Na avaliação de Lorena Martinez, o sentimento centro-americano deve ser de uma região unida por laços históricos, mistura de línguas e religião comum, “o que nos faz sentir como uma só nação, apesar das particularidades de cada um dos países”.
Ao comemorar a independência da América Central, a embaixadora lembrou que os cinco países da região vêm de uma mesma união e que a tarefa dessas “repúblicas irmãs” é ser e crescer livres, produtivas. Disse também que esses países conservam sua independência e trabalham integrados na luta contra a pobreza e para melhorar as condições de vida de seus cidadãos. “Estamos trabalhando para melhorar nossa política pública em saúde, educação, em ter trabalho digno, desenvolvimento econômico e educativo, justiça e segurança nacional”, afirmou.
Adote uma Praça
Renata Zuquim explicou que o Escritório de Assuntos Internacionais do GDF trabalha para estabelecer pontes entre as representações internacionais, o governo e a sociedade civil. Nesse escopo nasceu a participação dos países da América Central no programa “Adote Uma Praça”, coordenado pela Secretaria de Estado de Projetos Especiais do Governo do Distrito Federal.
“As praças são um símbolo universal de união, lazer e senso coletivo, e foram ressignificadas durante a atual pandemia da COVID-19, quando espaços ao ar livre se tornam ainda mais relevantes para a saúde e o bem-estar dos cidadãos”, destacou Zuquim. Disse que a Praça América Central será um espaço para divulgar e celebrar, em várias oportunidades, a cultura dos países centro-americanos. A seu ver, além de expressar os laços de cooperação e cidadania, “adotar uma praça”, ou seja, cuidar e manter este espaço, é mais uma maneira significativa com que estes representantes diplomáticos vêm se integrar à comunidade local.
Independência
Os cinco países da América Central declararam sua independência em 15 de setembro de 1821. Em 1823 passaram a integrar a Federação das Províncias Unidas da América Central, dissolvida em 1839. Durante a inauguração da praça, no Lago Sul, foi lançado também o selo comemorativo ao bicentenário das cinco nações. Antes, em agosto, foi inaugurado o Jardín CentroAmerica, no Jardim Botânico de Brasília, também como homenagem ao bicentenário.
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