Após sete rodadas de negociações realizadas desde abril deste ano, o Irã e as partes ocidentais do acordo nuclear de 2015 ainda precisam encontrar uma maneira de romper o impasse de salvar o pacto, do qual Washington desistiu unilateralmente 2018.
Embora a incerteza seja a única certeza agora na capital austríaca de Viena, a cidade-sede das negociações, a disposição das partes em continuar o diálogo ainda é um bom presságio para negociações futuras, disseram analistas.
Desde abril, o Irã e as principais partes do pacto nuclear de 2015, sendo Grã-Bretanha, França, Alemanha, China e Rússia, realizaram sete rodadas de negociações em Viena para reviver o acordo nuclear de 2015. Os Estados Unidos participam das negociações de forma indireta.
Nenhum progresso significativo foi feito até o momento. Quando a sétima rodada de negociações terminou na sexta-feira, o Irã e as partes ocidentais se acusaram mutuamente de lentidão nas negociações.
Seis rodadas de negociações para reviver o acordo de 2015, formalmente conhecido como Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA), já foram realizadas em Viena entre abril e junho, antes de serem interrompidas pela eleição presidencial do Irã.
Antes das eleições iranianas, uma atmosfera de otimismo prevaleceu nas negociações de Viena.
O então presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse no início de junho que as principais questões entre Teerã e Washington nas negociações nucleares em andamento em Viena foram resolvidas.
Da mesma forma, de acordo com diplomatas europeus, nas primeiras seis rodadas de negociações, “temos 70 a 80 por cento do trabalho realizado, mas restam algumas das questões mais difíceis”.
Mas uma nova incerteza apareceu quando as negociações de Viena foram retomadas no dia 29 de novembro, com a participação de uma nova equipe de negociação iraniana após um hiato de cinco meses.
Grã-Bretanha, França e Alemanha, conhecido como E3, queriam que o Irã concordasse em continuar as negociações de onde pararam em junho, mas os novos negociadores iranianos insistiram que o que havia sido acordado nas negociações anteriores não era juridicamente vinculativo.
Durante a sétima rodada de negociações, a nova delegação iraniana apresentou dois projetos de propostas, que foram rejeitados como “irrealistas” pela E3 e pelos Estados Unidos, acusando o Irã de retroceder no “progresso diplomático feito” ao exigir grandes mudanças.
O Irã exigiu que os Estados Unidos suspendessem todas as sanções e garantissem que não abandonariam o pacto nuclear novamente, apesar das futuras mudanças de liderança em Washington.
“Não fizemos nenhuma exigência além do JCPOA e, ao mesmo tempo, não aceitaremos quaisquer obrigações além do JCPOA”, disse o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdollahian, referindo-se a negação do Teerã em negociar um novo acordo que envolva o desenvolvimento de mísseis e outras armas programas.