A Comissão do Parlamento líbio encarregada das eleições presidenciais anunciou o adiamento do pleito previsto para esta sexta-feira (24), e que deverá ocorrer no final de janeiro de 2022. Desde a morte do líder líbio Muammar Kadhafi em 2011, o país vive instabilidade política e outras eleições já foram canceladas devido a tensões entre os diversos candidatos e à ausência de condições de segurança.
Havia dezenas de candidatos pleiteando o cargo, sendo os principais o líder rebelde Khalifa Haftar, acusado de crimes de guerra, o filho de Kadhafi, Saïf al-Islam, suspeito de crimes contra a Humanidade, e Abdelhamid Dbeibah, primeiro-ministro interino.
Diante do cancelamento do escrutínio marcado para esta semana, o Itamaraty emitiu nota, onde manifesta, em nome do governo brasileiro, “conhecimento do adiamento das eleições na Líbia, manifesta expectativa de que as lideranças líbias alcancem acordo sobre a base legal das eleições, bem como sobre as candidaturas presidenciais, de modo a permitir a realização do pleito em nova data”.
O Ministério das Relações Exteriores destaca ainda que “o compromisso com o processo eleitoral contribuirá para preservar as conquistas do processo político líbio, como o cessar-fogo firmado em outubro de 2020 e o roteiro para a transição política, adotado pelo Fórum para o Diálogo Político Líbio, em novembro do mesmo ano”.
No mesmo sentido, o Brasil saudou a designação da Assessora Especial do Secretário Geral das Nações Unidas para a Líbia, Stephanie Williams, reiterando “sua convicção de que as negociações no âmbito do Fórum para o Diálogo Político Líbio, sob liderança líbia e auspícios das Nações Unidas, são o caminho adequado para garantir a estabilidade, a integridade territorial e unidade nacional do país.”
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