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O presidente americano acolhe os seus homólogos africanos em Washington, entre 12 e 15 de dezembro, no âmbito da segunda cúpula de líderes Estados Unidos-África. Durante esta reunião magna, Joe Biden pretende revitalizar as relações do seu país com o continente perante a concorrência da China e da Rússia.
Oito anos após ter sido organizada a primeira cúpula do gênero, por Barack Obama, sendo que em seguida as relações entre os Estados Unidos e África não conheceram propriamente evoluções durante a era Trump que não escondia o seu total desinteresse pelo continente, Joe Biden marca a sua vontade de dar um novo impulso às relações entre Washington e África, alguns meses depois de a sua administração ter apresentado a sua nova estratégia nesta matéria.
Na ementa das conversações deverão estar a temática da segurança alimentar, problemática que se agravou com a guerra na Ucrânia, o aquecimento global, a democracia e governação e também o lugar de África que, na sua óptica, será cada vez mais preponderante.
Nesta senda, durante a cúpula está previsto que Joe Biden oficialize o seu apoio à atribuição de um assento permanente a África no Conselho de Segurança da ONU, sendo que deveria igualmente lançar um apelo para que a União Africana seja formalmente representada no seio do G20.
A cúpula acontece numa altura em que a China tem vindo a confortar a sua posição de relevo no continente, sendo o primeiro credor dos países mais pobres e um dos principais investidores em África. A influência da Rússia tem vindo igualmente a aumentar, nomeadamente do ponto de vista militar, com o envio de mercenários em alguns teatros de operações.
A progressão de Pequim e Moscou estando longe de ser bem vistas por Washington, poucos serão os presidentes que não terão sido convidados ou que não vão poder comparecer na cimeira, como é o caso do chefe de Estado sul-africano que se encontra na impossibilidade de sair do seu país por estar a braços com um escândalo de corrupção que poderia custar-lhe o cargo.
Sente sentido, são esperados o presidente egípcio, o seu homólogo etíope que acaba de assinar um acordo de paz com o Tigray, o chefe de Estado da Guiné Equatorial. Um leque alargado de interlocutores que inclui parceiros sobre os quais a administração americana chegou a emitir críticas, fontes diplomáticas antevendo discussões “vigorosas” nomeadamente sobre a lei de “crescimento em África” que condiciona o levantamento de barreiras aduaneiras pelos Estados Unidos a progressos democráticos. Um dispositivo que chega à data-limite em 2025.
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