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Nesta segunda-feira (11), dois meses e meio depois da destituição do governo da Tunísia pelo pelo presidente Kais Saied, tomou posse o novo gabinete tomou posse. Najla Bouden Romdhane será a premiê e disse que terá como missão combater a corrupção e impulsionar a economia.
Primeira mulher a assumir esse tipo de posição no mundo árabe, ela também buscará revitalizar a confiança no percurso democrático na Tunísia após a Primavera Árabe, que causou fortes mudanças no cenário político africano.
Um comunicado oficial do do gabinete de Saied declara: “O presidente da República promulgou um decreto que nomeia a chefe do governo e seus membros”. Entre os 24 ministros da equipe de Bouden, oito são mulheres, como Leila Jaffel (Justiça), Imed Memich (Defesa), Hayet Ktat Guermazi (Cultura) e Leila Chikhaoui (Meio Ambiente).
“A luta contra a corrupção, a melhoria das condições de vida e do poder de compra dos cidadãos e a retomada econômica estão entre as prioridades”, assegurou a premiê. “Precisamos restabelecer a confiança dos cidadãos no Estado tunisiano e dos países estrangeiros em nossa nação”, acrescentou.
A escolha da nova primeira-ministra não passou pelo Parlamento, que continua suspenso desde 25 de julho. Na ocasião, além de ter fechado a sede do Legislativo, o presidente Saied destituiu o então primeiro-ministro Hichem Mechichi. Foi uma resposta aos protestos contra o governo por causa da crise econômica e da má gestão da pandemia de Covid-19.
No poder desde 2019, Saied utilizou uma brecha na Constituição tunisiana para assumir temporariamente as funções de chefe de governo. Ele alega que o fechamento do Parlamento é possível em caso de “perigo iminente”.
Saied foi o segundo chefe de Estado escolhido por voto universal na Tunísia, após uma mudança nacional no país que protagonizou a Primavera Árabe em 2010. Contudo, a nação africana vive uma instabilidade política que já dura uma década e não dá sinais de mudança a curto prazo.