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Situado no Oriente Médio, os Emirados Árabes Unidos celebram anualmente, em 2 de dezembro sua Data Nacional. A ocasião marca a fundação da União ocorrida em 1971, e demonstra o orgulho nacional pelas conquistas alcançadas pelo país em todos os níveis.
Em nome do governo dos Emirados Árabes Unidos, o Embaixador deste país no Brasil, Saleh Ahmad Salem Alzaraim Alsuwaidi, recebeu convidados no Hípica Hall em Brasília, na noite de quarta-feira (22) para festejar antecipadamente o 52º Dia Nacional da nação árabe. A recepção foi bastante elegante e recheada de delícias típicas emirates. Orquestra dos Emirados Árabes Unidos com a soprano, Fatima Alhashini e a Orquestra Brasileira sob a regência de Ed Cortês deixaram a noite ainda mais animada e tradicional.
Em seu discurso na solenidade, o Chefe de Missão Alsuwaidi falou principalmente sobre o desenvolvimento renomado dos Emirados Árabes a nível mundial, sustentabilidade, COP28, transição energética e sobre o fraterno laço que une seu povo com o Brasil.
2023, o ano da sustentabilidade
“Os EAU são modelo pioneiro na área da sustentabilidade, pois é o primeiro país da região a assinar e ratificar o Acordo Climático de Paris, e o primeiro país a anunciar uma estratégia de neutralidade de carbono até 2050”, explicou o Embaixador.
“Sua Alteza o Xeque Mohammed bin Zayed Al Nahyan, Presidente dos Emirados Árabes Unidos, declarou o ano de 2023 como Ano da Sustentabilidade sob o lema “O Hoje é para o Amanhã”.
O Ano da Sustentabilidade visa difundir a consciência sobre as questões de sustentabilidade ambiental, encorajar mudanças no comportamento e permitir a participação pública em três áreas principais: Promoção do consumo responsável,incentivo a iniciativas que visem a preservação do meio ambiente e estímulo à ação coletiva para reduzir o fenômeno das mudanças climáticas.
Reforçou que a visão pretende também “destacar os esforços dos EAU para o fortalecimento da ação coletiva internacional, visando enfrentar os desafios da sustentabilidade e o seu papel na procura por soluções inovadoras que beneficiem a todos, a fim de construir um futuro mais próspero e bem sucedido”.
COP 28
“A CP28 é uma grande conquista diplomática para os EAU, e tendo contribuído para o equilíbrio e posição consensual dos EAU entre os países do mundo. Os objetivos da Presidência da COP28 são claros: A ação climática não pode ser considerada fardo, mas uma oportunidade a ser aproveitada”.
A descarbonização da indústria, da energia, dos transportes e das indústrias alimentícias poderá criar um valor adicional de aproximadamente 12 trilhões de dólares sobre o valor econômico global até 2030.
Explicou que a presidência da COP 28 está focada nas seguintes questões:
“Manter a meta de 1,5 graus e alcançar uma redução de 43% nas emissões globais até 2030, o que exigiria de todos nós esforços para triplicar a capacidade de energia renovável, duplicar a produção de hidrogênio, ampliar a utilização da energia nuclear, melhorar o armazenamento em baterias, desenvolver tecnologias de captura de carbono e transformar a agricultura e os sistemas de alimentos, responsáveis pela produção de um terço das emissões globais”.
Será necessário também injetar trilhões de dólares para o financiamento climático, por meio das reformas de instituições financeiras globais numa escala mais ampla, e tentar duplicar cada vez mais o financiamento privado.
Ativar mecanismos de financiamento de perdas e danos às comunidades mais vulneráveis às alterações climáticas, priorizando suas necessidades. Modernizar o sistema COP e trabalhar com todas as partes através de uma abordagem de “não deixar ninguém para trás” que acabaria com lacunas até 2030.
Rumo a um futuro sustentável
“Os EAU escolheram enfrentar os desafios globais com firmeza e enfrentá-los com otimismo. O país está trilhando este caminho há mais de duas décadas com interesse de atingir o equilíbrio entre crescimento econômico e responsabilidade ambiental, adotando nesse sentido um mix energético composto de energia solar, nuclear e hidrogênio. A contribuição de fontes não petrolíferas representa atualmente 70% do PIB do paí”, ressaltou.
Os EAU desempenharam um papel ativo no apoio à transição para a energia limpa e no combate às mudanças climáticas, investindo mais de 50 bilhões de dólares em projetos de energias renováveis em 70 países, entre eles 31 países que estão mais expostos aos impactos climáticos.
Além disso, “os EAU assinaram o Acordo de Parceria com os Estados Unidos ʺEAU-EUAʺ com o intuito de acelerar o uso da energia limpa com aperfeiçoamento de projetos nessa área, o que demandaria fundos no valor de 100 bilhões de dólares para financiar a produção de 10 gigawatts em países emergentes até 2035.
Os EAU estendem a mão a todos os países amigos no âmbito da cooperação na área do meio ambiente e da transição energética”.
Um modelo para o mundo
Os Emirados Árabes Unidos tornaram-se modelo de desenvolvimento econômico sustentável no cenário global, isso graças a estratégias ambiciosas, destinadas a alcançar o equilíbrio entre crescimento, prosperidade econômica e preservação ambiental.
O comércio exterior do país registrou uma marca histórica no primeiro semestre de 2023, ultrapassando um trilhão e 239 bilhões de dirhams.
Como sublinhado pelo diplomata, “os EAU estão trabalhando para construir uma economia baseada no conhecimento e na diversidade, apoiada pelo progresso científico e tecnológico, e estão avançando rapidamente para aumentar a competitividade e a sustentabilidade da sua economia com a firme convicção de que fortes parcerias multilaterais abrem o caminho para mais oportunidades em benefício dos povos da região e abrem um amplo espaço para um desenvolvimento econômico vital”.
A fim de concretizar esta visão e essas aspirações ambiciosas, os EAU assinaram acordos abrangentes de parceria econômica com países de economias ativas, como a Índia, Indonésia, Israel, Turquia, Coreia do Sul e Camboja. Os EAU também estão negociando a assinatura de outras parcerias com vários países e blocos.
Emirados Árabes-Brasil
Os EAU e o Brasil mantém fortes relações de parceria estratégica. Essas relações distintas são consideradas exemplo para outros países. Essas relações foram coroadas com a visita histórica de Sua Excelência o Presidente Lula da Silva aos EAU em abril deste ano, quando diversos acordos e memorandos de entendimento foram assinados.
Os EAU estão prestes a receber o Presidente da República em uma segunda visita, para participar dos trabalhos da Conferência das Partes COP28 no final deste mês, em companhia de Suas Excelências a Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, o Ministro da Casa Civil e outros ilustres ministros e governadores de Estados.
“Esta parceria estratégica entre os dois países amigos impactou de forma muito positiva a cooperação governamental e de investimentos, sendo a sustentabilidade uma parte importante dela”, disse.
O Brasil tem recebido investimentos de empresas e fundos soberanos dos EAU em diversas áreas (cujas marcas estão na tela). Também foi aberto o escritório do grupo emirático EDGE.
Agradecimentos
Finalizando seu discurso, Alsuwaidi agradeceu o Brasil pelo apoio expressado à presidência emiratica à COP28 e pelo firme apoio à adesão do país ao BRICS. “Nossos agradecimentos ao Brasil pela cooperação em cada passo que damos juntos e que consolidam esta ambiciosa parceria estratégica”.
Agradeceu também à todos que participaram da festividade, aos membros da equipe da Embaixada pela organização da cerimônia e
à delegação cultural dos Emirados que fez questão de gentilmente participar da cerimônia em consideração e estima ao Brasil.
Representando o Governo Federal do Brasil, o Embaixador André Aranha Corrêa do Lago, Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores – Itamaraty, enfatizou as frutíferas e em constante crescimento relações do Brasil com o país árabe, pontuando o quanto essa amizade têm crescido nos últimos tempos, além de estar também se expandindo para setores diversos.
Aproveitou ainda para elogiar a presidência emirate na COP28. Finalizou sua fala reafirmando o vínculo das Nações fundamentadas em valores comuns como paz e segurança.