Na noite desta quarta-feira (23), o Conselho de Segurança das Nações Unidas realizava uma reunião de emergência para tratar da “situação dos territórios ocupados da Ucrânia” quando surgiram relatos de uma invasão russa ao território ucraniano.
Como tem feito nos últimos dias, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres, se manifestou e apelou que o presidente russo, Vladimir Putin, não comece uma guerra.
“Presidente Putin, em nome da humanidade, leve suas tropas de volta à Rússia”, disse Guterres após o fim da reunião do Conselho de Segurança. Segundo ele, as consequências de uma guerra seriam devastadoras para a Ucrânia e de longo alcance para a economia global.
Guterres argumentou anteriormente que as ações da Rússia não são apenas conflitante com os princípios da Carta da ONU, mas também é inconsistente com a chamada Declaração de Relações Amistosas da Assembleia Geral, que o Tribunal Internacional de Justiça tem repetidamente citado como marco do direito internacional.
A autoridade máxima das Nações Unidas descreveu a ação da Rússia como “um golpe mortal” aos Acordos de Minsk endossados pelo Conselho de Segurança, acordos que regulam o conflito e o frágil processo de paz no leste da Ucrânia.
Ele também destacou que “os princípios da Carta da ONU não são um menu à la carte”. “Eles não podem ser aplicados seletivamente. Os Estados-membros aceitaram todos e devem aplicá-los”, insistiu o chefe da ONU.
Bombardeios e mortes
Durante seu discurso na madrugada desta quinta-feira (24), o presidente russo anunciou uma “operação militar especial” na região de Donbas, leste da Ucrânia. A Rússia passou a considerar Donetsk e Lugansk repúblicas independentes e justificou o envio de tropas para proteger os separatistas, sabidamente pró-Rússia.
“Os confrontos entre forças ucranianas e russas é inevitável, é apenas uma questão de tempo”, afirmou o mandatário russo. “As circunstâncias exigem ação decisiva da Rússia. Não podemos tolerar ameaças da Ucrânia”.
Ao longo da madrugada, foram ouvidas explosões em várias partes da Ucrânia, inclusive na capital Kiev, com relatou de ataques armados por parte da Rússia. Oficialmente, o número de mortos passa de 50.
* Com informações de Agência ONU.