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Angola enfrenta um desafio sanitário com o recente surto de cólera, que tem mobilizado esforços conjuntos para conter sua disseminação. O primeiro caso foi confirmado no dia 7 de janeiro, levando o Ministério da Saúde angolano a declarar oficialmente o surto. Desde então, a doença se espalhou rapidamente da capital, Luanda, para outras províncias, como Bengo, Icolo e Bengo, Malanje e Huambo. Até 23 de janeiro, foram registrados 708 casos confirmados e 32 mortes. Crianças entre 2 e 9 anos e jovens de 10 a 19 anos estão entre os mais afetados, destacando a vulnerabilidade dessas faixas etárias.
Entre as regiões impactadas está a área dos Mulenvos, que registrou 11 casos. Essa situação reforça a necessidade de respostas imediatas, como o acesso à água potável, melhorias no saneamento básico e a realização de campanhas de sensibilização. Para apoiar esses esforços, o Brasil, Angola e UNICEF, por meio do Projeto de Saneamento Simplificado, implementado no país por meio da cooperação internacional, tem atuado como parceiro essencial, promovendo iniciativas de educação e prevenção junto às comunidades locais.
Em reunião com os moradores dos Mulenvos, o projeto aproveitou para reforçar a conscientização da população e distribuir materiais de prevenção e tratamento contra a doença. A colaboração e participação da comunidade é essencial para o sucesso das medidas que têm sido tomadas no âmbito do projeto.
Um dos mais importantes eixos das ações é ampliar a educação comunitária, capacitando líderes comunitários como agentes de saúde locais para educar vizinhos e identificar precocemente casos suspeitos. É também preciso promover sessões educativas em escolas, nos mercados e em outras áreas de grande concentração populacional.
Como o projeto já tem trabalhado, a melhoria no saneamento e no acesso à água potável é primordial. Por isso, a implementação de sistemas de purificação de água em locais desprovidos de infraestrutura adequada, utilizando água sanitária ou distribuindo pastilhas purificadoras são medidas adotadas. Uma ação essencial é o incentivo para ferver ou desinfetar a água para consumo doméstico.
Outra medida crucial é a aquisição de kits de emergência, para garantir que cada família nas áreas afetadas receba kits contendo: sabão, água sanitária, pastilhas de purificação e folhetos explicativos. Visitas regulares de monitoramento e acompanhamento também estão previstas junto à comunidade.
O fornecimento contínuo de medicamentos e soluções de reidratação oral em todos os postos de saúde, bem como o estabelecimento de sistemas de vigilância epidemiológica para monitorar novos casos e direcionar recursos de forma eficiente são ações que servem para diminuir os casos de cólera. A população está sendo orientada a buscar atendimento imediato em centros de tratamento.
O projeto está inserido na Estratégia Nacional de Saneamento, e é implementado de maneira conjunta pelo Governo de Angola (por meio do Ministério do Ambiente – MINAMB) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), com apoio técnico de instituições brasileiras: Secretaria das Cidades do Governo do Estado do Ceará (SCicades-CE); Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (CAGECE); e Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). A iniciativa é financiada pelo Fundo Índia, Brasil e África do Sul (Fundo IBAS), que é gerido pelo Escritório das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul (UNOSSC).
Fonte: ABC – Agência Brasileira de Cooperação.