Os milhares de salvadorenhos residentes fora de seu país poderão exercer o direito universal do voto. A notícia foi destacada pelo embaixador Victor Lagos Pizzati, ontem (17) à noite, durante as comemorações do bicentenário de independência de El Salvador, celebradas na embaixada daquele país em Brasília. A decisão sobre o voto no exterior foi aprovada esta semana pela Assembleia Legislativa de El Salvador por 77 votos a favor, um contra e cinco abstenções.
“É o reconhecimento precisamente de que todos os salvadorenhos – que por uma ou outra razão saíram do país, temporiamente ou não – poderão votar”, explicou Victor Lagos Pizzati. Ele ressaltou que apesar de estarem fora de El Salvador, os salvadorenhos continuam sendo salvadorenhos. “Estão todos convidados a exercer esse direito. Teremos tempo para nos preparar, sobretudo as novas gerações poderão participar das festas democráticas, como são as eleições”. Disse que falta um tempo para implementar a nova Lei, mas que ela será de fácil de execução, para quem tem todos os documentos validados.
Decisão presidencial
A iniciativa de garantir o direito de voto aos salvadorenhos fora do seu país partiu do presidente de El Salvador, Nayib Bukele e foi apresentada pela bancada Nuevas Ideas. De acordo com a Lei aprovada, todo salvadorenho que vive fora das fronteiras do país poderá exercer o direito de voto por meio do Documento Único de Identidade e passaporte nacional ou estrangeiro.
A nova Lei, com 14 artigos, vale para eleições a cargos públicos nacionais, como eleições presidenciais e dos parlamentares, a partir de 2024.
Bicentenário
O embaixador de El Salvador no Brasil, Victor Lagos Pizzati, disse que este é um ano muito significativo para El Salvador e América Central por comemorarem o bicentenário de independência de várias nações da região. “Apesar da pandemia, não podíamos deixar de fazer uma pequena homenagem para os salvadorenhos”, comentou.
A seu ver, 200 anos de independência significa riqueza de história do seu país “com altos e baixos, uma história às vezes violenta, outras pacíficas. Reflete na realidade do nosso pedacinho da América: somos países cheios de montanhas, de vulcões, temos esse ímpeto, essa lavra correndo… e também tanta beleza pacífica, lagos preciosos, praias”.
Na opinião do embaixador Victor Lagos Pizzati, essa é uma oportunidade para pensar mais o futuro “para ver onde El Salvador e América Central irão e o que podemos oferecer as nossas futuras gerações”. Com 30 anos de carreira diplomática, o embaixador disse que a melhor maneira para termina-la será no Brasil, país que está conhecendo, inclusive conhecendo as segundas e terceiras gerações dos salvadorenhos que aqui se estabeleceram, deixando descendentes, agora brasileiros, que mantêm um vínculo com El Salvador, “o que é mais valioso”.
Ao final do discurso, o embaixador ofereceu um brinde pelo aniversário de El Salvador e desejou a todos saúde, prosperidade e êxitos em todos os empreendimentos. Em seguida, foi servido jantar com comida e bebidas típicas aos salvadorenhos residentes em Brasília e demais convidados
Mais detalhes sobre o direito de voto dos salvadorenhos residentes fora do país estão nos links:
https://www.asamblea.gob.sv/node/11550
https://www.asamblea.gob.sv/node/11559
https://www.asamblea.gob.sv/node/11549