Militares prenderam o primeiro-ministro do Sudão, Abdallah Hamdok, além de maioria dos membros do gabinete do Sudão e um grande número de líderes partidários pró-governo, na madrugada desta segunda-feira (25). Após meses de tensão política, com uma tentativa de golpe de Estado fracasssada em setembro, agora os insurgentes obtiveram sucesso.
O aeroporto internacional de Cartum foi fechado e todos os voos para o país, suspenos, informou o canal de TV al-Arabiya. As primeiras notícias dão conta que o exército sudanês e forças paramilitares estão posicionadas em toda a capital, restringindo a movimentação de civis e reprimindo manifestantes pró-democracia. A rede CNN relato que o acesso à internet foi desligado no país.
Assessores do premiê preso divulgarm um pedido para que a população se manifeste: ““O primeiro-ministro sudanês Abdalla Hamdok, em uma mensagem de sua prisão domiciliar, pede aos sudaneses que participem do protesto pacífico e ocupem as ruas para defender sua revolução”, diz um post no Facebook oficial do Ministério da Informação.
Um dos primeiros atos contrários ao golpe militar foi a convocação de uma greve geral, pela Associação de Profissionais do Sudão (SPA), que reúne sindicatos do país. “Pedimos às massas que saiam às ruas e as ocupem, fechem todas as estradas com barricadas, façam uma greve geral dos trabalhadores e não cooperem com os golpistas e usem a desobediência civil para enfrentá-los”, disse um comunicado do grupo.
As Nações Unidas estão profundamente preocupadas com a possibilidade de um golpe em curso no Sudão e tentativas de minar sua transição política, disse Volker Perthes, representante especial da ONU para o país.