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Por Share America
Uma grande razão pela qual a democracia é bem-sucedida, diz o presidente Biden, é que ela libera o potencial humano .
Democracias, afirma o economista Daron Acemoglu, gastam mais com educação e saúde. À medida que os segmentos mais pobres da sociedade obtêm acesso a cuidados de saúde e educação, diz ele, é mais provável que atinjam o seu potencial e contribuam para as economias locais.
Os países que estabeleceram governos democráticos nos últimos 70 anos desenvolveram suas economias * (PDF, 516 KB), de acordo com Acemoglu, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e coautor de uma análise de 184 países de 1960 a 2010. O relatório diz que, em média, países como Portugal e Coreia do Sul tiveram aumentos de 20% no produto interno bruto per capita em duas décadas de democratização.
Após a transição para a democracia, Portugal e Coreia do Sul instituíram várias reformas importantes, como a expansão da saúde e da educação, constata a análise* (PDF, 404 KB). A recém-democrática Coreia do Sul parou de reprimir os sindicatos. “Democracia em ação”, afirma Biden, é quando um trabalhador pode se filiar a um sindicato. A defesa de salários mais altos, melhores benefícios ou locais de trabalho seguros e saudáveis cria vitórias para todos os trabalhadores * e elevam o padrão de vida.
Em outros lugares, como Polônia, República Tcheca e países bálticos, foi lançada uma série de reformas democráticas na década de 1990 após o colapso do comunismo. Eles estabeleceram sistemas jurídicos eficazes e aderiram à União Europeia, duas das várias medidas que impulsionaram seu Produto Interno Bruto (PIB) per capita, disse William Tompson, chefe da divisão da Eurásia da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico.
“Essa atração magnética dessas instituições ocidentais (…) lhes deu um incentivo para colocar sua casa em ordem”, disse Tompson, observando que o PIB per capita da Polônia em 2021 mais do que triplicou em dólares (americanos) reais em relação ao valor de 1990.
Liberdade para inovar
Sociedades democráticas protegem o direito das pessoas de expressar seus pontos de vista, defendem o Estado de Direito, impõem regras de governança previsíveis, realizam eleições competitivas e apoiam uma mídia independente, diz Darrell West, vice-presidente de Estudos de Governança do Instituto Brookings.
A liberdade de expressão nas democracias estimula a criatividade e a inovação, disse West, apontando para o Vale do Silício. “Existe um ambiente [nos Estados Unidos] que permite que as pessoas desafiem a autoridade, desenvolvam ideias não convencionais, basicamente experimentem maneiras que muitas vezes não são possíveis em sociedades autoritárias”, disse ele.
A liberdade de expressão alimenta o sistema de ensino superior dos Estados Unidos e sua consequente força econômica, disse West. As faculdades estão normalmente entre os maiores empregadores locais, impulsionando as economias locais. Além disso, muitas patentes — principalmente chips de computador — vêm de universidades e impulsionam ideias empresariais.
Democracia, historicamente
A palavra “democracia” se origina de duas palavras gregas que significam povo (demos) e governo (kratos). A primeira democracia conhecida foi em Atenas, uma forma de governo que os gregos antigos desenvolveram por volta do século V a.E.C., segundo a revista National Geographic.
Alexis de Tocqueville, o filósofo político francês que no início de 1800 escreveu A democracia na América: leis e costumes, observou mesmo naquela época que a variedade de organizações neste país estava por trás do sucesso dos EUA. “Ele achava que nossa dinâmica sociedade civil era uma força para os Estados Unidos”, disse West.
Há uma circularidade sobre liberdade política e sucesso econômico, de acordo com Acemoglu, do MIT. Eles se combinam para criar uma vibração que Alexis de Tocqueville viu há quase dois séculos.
Fonte: ShareAmerica.