O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, está ajudando Timor-Leste a construir um sistema de alerta precoce para uma série de desastres relacionados ao clima, que deverá estar operacional por volta de 2026.
O projeto incluirá um novo centro nacional de previsão e equipamentos de observação aprimorados, como estações meteorológicas automáticas, radares e sensores oceânicos.
Benefício para 80% dos timorenses
Equipamentos de monitoramento local, megafones e placas de sinalização avisarão os moradores sobre desastres iminentes. O alerta também será soado no rádio e por meio de mensagens de texto e redes sociais num projeto que deverá beneficiar diretamente 80% dos timorenses.
O país tem um rico ecossistema de biodiversidade marinha, recifes de coral e manguezais. Mas a nação insular no sudeste asiático também é uma das mais vulneráveis a condições climáticas extremas e eventos ambientais, como o aumento do nível do mar.
Segundo o Pnuma inundações repentinas de 2021 mataram cerca de 30 pessoas e destruíram mais de 4 mil casas. De acordo com a agência, estas foram as piores enchentes em mais de 50 anos e evidenciaram que o país precisa de mais preparação para a crise climática.
Alerta para vários perigos
O sistema apoiado pelo Pnuma inclui bateria de radares e sensores subaquáticos que ajudarão os meteorologistas do governo a prever melhor eventos extremos e emitir alertas para os 1,3 milhões de habitantes de Timor-Leste.
O objetivo é preparar o país para alterações climáticas que deverão trazer mais desastres naturais, ao mesmo tempo que aumentam o nível do mar.
O trabalho começou no ano passado e tem como foco o alerta antecipado sobre vários perigos, incluindo inundações, ondas de calor, secas, ciclones e tempestades.
Acesso a tecnologias
O diretor da Divisão de Alerta Precoce e Avaliação do Pnuma, Jian Liu, disse que “à medida que o clima do planeta muda, é crucial que os países em desenvolvimento tenham acesso a tecnologias, ferramentas e apoio para desenvolver capacidades de ponta.”
Globalmente, um terço das pessoas não tem acesso a sistemas de alerta precoce eficazes. O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou no ano passado que todas as pessoas no mundo deveriam ser cobertas por esses sistemas até 2027.