O embaixador Miguel Lecaro Bárcenas destaca a importância da data nacional do país e lembra que o Canal do Panamá encurta distâncias eficazmente e com altos padrões internacionais. “Somos um dos três países do mundo com emissão negativa de carbono”, ressalta o diplomata, em entrevista exclusiva ao Diplomacia Business.
Na visão do embaixador Bárcenas, o Panamá pode aprender muito do Brasil, sobretudo em temas agropecuários, genética bovina, sistemas de irrigação, uso de terras, etc. “A experiência do Brasil e a longa tradição de seu serviço exterior, moderno e em defesa dos elevados interesses pátrios nacionais são outro rumo a imitar”, comenta. Explica também que o Brasil é um usuário habitual da plataforma logística do Panamá, do seu centro bancário, do Canal, da Zona Livre de Colón e do aeroporto.
Veja a seguir a entrevista completa:
Diplomacia Business – O Panamá comemora este mês sua data nacional. Qual a importância da data?
Embaixador Miguel Lecaro Bárcenas – Ao completar um ano de nossa chegada a Brasília e apesar dos obstáculos motivados pela pandemia, devemos agradecer as autoridades do Brasil, do GDF (Governo do Distrito Federal) e a todos os brasileiros pela excelente recepção no que tange ao desenvolvimento das Relações com o Panamá. Este ano meu país comemora 200 anos de sua independência da Espanha, data importante para valorizar nossa história e desenvolvimento. Quando nos tornamos independentes da Espanha nos unimos a Grã-Colômbia até 1903, ano em que começou a nossa história Republicana.
O canal do Panamá tem 77,1 km de extensão, é um atrativo turístico e ponto de entrada e saída de pessoas e produtos. Qual a importância estratégica desse canal?
Embaixador Miguel Lecaro Bárcenas – O Canal do Panamá mantém a sua importância estratégica a serviço do comércio mundial sob a administração panamenha. Deste modo, não só tem exercido o seu papel de encurtar as distâncias eficazmente, mas também ampliou sua capacidade cumprindo com altos padrões internacionais e considerando sua responsabilidade com o meio ambiente, sendo o Panamá um dos três países do mundo com emissão negativa de carbono.
Como estão hoje as perspectivas para o turismo no Panamá?
Embaixador Miguel Lecaro Bárcenas – Há poucos dias foi inaugurado um novo e moderno Centro de Convenções na entrada do Canal no Pacifico, ampliando assim, a oferta turística do Panamá, o turismo de convenções, compras, praias e atrações naturais. Apoiado pela recente ampliação do Aeroporto Internacional de Tocumen, sede do “hub das Américas” que liga o continente com o mundo todo.
Como está se realizando a inclusão social?
Embaixador Miguel Lecaro Bárcenas – O Panamá é um país integrado ao nível social, pois, ao ser um crisol (caldeirão) de raças, pluricultural e multiétnico atinge a participação igualitária e o seu desenvolvimento sem preconceitos de raça, sexo, origem, crenças religiosas ou nível educativo. A presença de comunidades das principais nações do mundo é a prova disso.
Como estão as relações comerciais entre o Brasil e o Panamá?
Embaixador Miguel Lecaro Bárcenas – As relações do Panamá e Brasil historicamente têm sido cordiais e mutuamente produtivas. Muitos panamenhos têm estudado no Brasil. O Brasil é um usuário habitual da plataforma logística do Panamá, do seu centro bancário, do Canal, da Zona Livre de Colón e do aeroporto. O Panamá pode aprender muito do Brasil, sobretudo em temas agropecuários, genética bovina, sistemas de irrigação, uso de terras, etc. A experiência do Brasil e a longa tradição de seu serviço exterior, moderno e em defesa dos elevados interesses pátrios nacionais são outro rumo a imitar. Não podemos deixar de mencionar o sincero apoio da torcida panamenha à Seleção do Brasil, nas diferentes copas de futebol, e, a admiração pela alegria de seus carnavais.