Sempre o dia 27 de abril é especial nos Países Baixos, onde as pessoas se confraternizam, geralmente vestidas na cor laranja. Em Brasília, também houve comemoração para celebrar a data nacional neerlandesa. Foi quarta-feira, 27, na sede da embaixada dos Países Baixos, em recepção oferecida para embaixadores, diplomatas, autoridades e convidados. O discurso do embaixador André Driessen se focou especialmente no tema paz e justiça.
Na ocasião, o embaixador disse que ele e sua equipe estavam felizes em poder planejar a recepção, depois de dois anos sem poder fazê-la, devido à pandemia do Covid-19. A data nacional dos Países Baixos, segundo o André Driessen, é um dia para celebrar principalmente o fato de a nação viver em paz e liberdade e de gozar de todas as liberdades da democracia, enraizada na cooperação com os parceiros da União Europeia.
“No dia 27 de abril, vestimos algo alaranjado e celebramos o aniversário de nosso monarca constitucional, o rei Willem Alexander de Orange-Nassau, que é a personificação de nossa unidade nacional”, comentou, destacando que seus conterrâneos se festem na cor laranja em duas ocasiões: Dia do Rei e durante as grandes partidas de futebol.
Dia da Libertação
O embaixador André Driessen lembrou o dia 4 de maio, o Dia da Libertação, o fim da Segunda Guerra Mundial: “celebramos a memória de todos aqueles que pagaram com a vida pela defesa da paz e da liberdade nos conflitos armados”. Disse que este ano, “estamos ainda mais conscientes de quão especial é vivermos em liberdade e autonomia”.
“Tão perto de nós, no continente europeu, muitos cidadãos corajosos estão lutando para preservar o direito de viver em liberdade, autonomia… e acima de tudo em paz. A guerra assola nosso continente com devastação e perdas indescritíveis de vidas”, afirmou, acrescendo sua solidariedade ao povo ucraniano.
“Escolhemos focar na Paz e na Justiça como um dos temas para esta recepção do dia nacional. Haia se apresenta como a cidade global da paz e da justiça”, ressaltou. Segundo o embaixador, esse modo de vida – baseado em valores comuns compartilhados – é também central para as relações bilaterais entre a Holanda e o Brasil, que têm uma longa história e laços fortes.
Acordo de Amizade
André Driessen destacou as raízes do seu país no Brasil, no século XVII, quando os holandeses aqui se estabeleceram. “Foram apenas 25 anos, mas com alguns efeitos duradouros, especialmente quando nos referimos ao legado do príncipe Johan Maurits van Nassau (João Maurício de Nassau) – ou “Mauricio, o Brasileiro” como é conhecido por muitos no Brasil”.
As relações diplomáticas entre o Brasil e os Países Baixos foram formalizadas com a assinatura de um Acordo de Amizade, Navegação e Comércio em 1828. “Desde então, os laços se fortaleceram e demonstraram grande dinamismo em muitas facetas, principalmente no lado econômico e comercial”, afirmou o embaixador. Segundo ele, delegações do Brasil foram aos Países Baixos, recentemente; e a primeira missão comercial de seu país – em dois anos – visitou o Brasil, há duas semanas.
Mudanças climáticas
Na avaliação do embaixador André Driessen, os efeitos das mudanças climáticas e o impulso para o desenvolvimento sustentável tornam importante o trabalho em conjunto do seu país com o Brasil nesses temas. “O Brasil é parte da solução e, sem o Brasil, muitos dos objetivos globais serão muito mais difíceis de alcançar”, disse. A seu ver, esses desafios também oferecem grandes oportunidades para empresas holandesas e brasileiras, institutos de conhecimento e setor público trabalharem juntos.
O embaixador entende que o Brasil tem que desempenhar um papel fundamental no combate à crise climática, no combate ao desmatamento e na proteção da biodiversidade. “Os desafios globais exigem soluções conjuntas. O setor privado holandês pode oferecer produtos inovadores, soluções tecnológicas e boas práticas de gestão para criar um futuro mais
Sustentável”, comentou. A recepção na embaixada dos Países Baixos teve patrocínio das empresas Heineken, Veiling Holambra, Melcor e Casa do Holandês.