Em visita ao presidente francês, Emmanuel Macron e seu anfitrião, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, enfatizou a parceria, mas reconheceu suas diferenças em um comunicado conjunto à imprensa divulgado esta semana.
Na semana passada, Macron descreveu Orban como um “adversário político, mas um parceiro europeu” com o qual foi possível chegar a um acordo.
Orban, que abriu o evento para a imprensa na segunda-feira, citou as palavras de Macron e garantiu-lhe que seu governo também considerava a parceria europeia de extrema importância.
Agradecendo a Macron por sua visita, Orban lembrou que a última vez que um presidente francês viajou à Hungria foi em 2007.
“O relacionamento da Hungria com a França é baseado no respeito”, disse Orban, listando três áreas principais onde havia acordo com o presidente francês.
“Ambos amamos o nosso país, estamos trabalhando para fortalecer a Europa e estabelecemos o objetivo de criar autonomia estratégica para a Europa”, destacou Orban.
“Apoiamos a política de capacidades de defesa comum da Europa, energia nuclear e um setor agrícola europeu forte”, disse ele. As economias dos dois países dependem fortemente da energia nuclear e Budapeste e Paris estão pressionando a UE para promover a energia nuclear e reconhecê-la como um investimento verde.
O presidente francês disse que os dois países concordam com a necessidade de uma Europa forte.
A visita de Macron ocorreu na véspera da aquisição pela França da presidência rotativa de seis meses do Conselho da UE no dia 1 de janeiro de 2022.
“Teremos a oportunidade de trocar impressões sobre a transição digital”, que é uma ambição importante da presidência francesa, afirmou Macron, destacando a importância do diálogo sobre questões contenciosas. As fontes atuais de desacordo e tensão entre os dois líderes incluem direitos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) e migração.
Sobre esta última questão, Macron disse que a Europa precisará apresentar uma nova iniciativa e que irá discuti-la em detalhes com o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, durante a reunião agendada para o final do dia.
“Precisamos pensar juntos, como europeus, a fim de encontrar soluções para defender nossas fronteiras de uma forma mais eficaz, e também precisamos pensar em formas de ação conjunta”, disse ele.
De acordo com a Comissão Europeia, a Hungria não cumpre os padrões da UE em matéria de Estado de direito e democracia, acusação negada por Budapeste.
Em Budapeste, Macron estava agendado para uma reunião dos líderes do Grupo de países de Visegrad (Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia) e para se encontrar com os líderes dos partidos de oposição da Hungria.