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Na abertura da 48.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, que começou hoje em Genebra, Suíça, e vai até o dia 8 de outubro, Michele Bachelet disse que aquecimento global, poluição e perda da diversidade são uma tripla crise ambiental causada pelo homem e a principal ameaça ao respeito pelos direitos humanos.
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos enfatizou que essa “tripla crise” já tem impacto direto sobre uma série de direitos humanos, como “o direito a uma alimentação adequada, à água, à habitação, à saúde, ao desenvolvimento e até à vida”.
Também defendeu a concessão de vistos humanitários aos migrantes forçados a abandonar os seus países devido à degradação ambiental, considerando que o retorno forçado das vítimas da crise climática a lugares onde o meio ambiente impossibilitam uma vida digna, pois “não é apenas imoral, mas também insustentável”
Talibãs no Afeganistão
A Alta Comissária entende que a situação no Afeganistão é preocupante, pois meninas com mais de 12 anos foram proibidas de frequentar a escola em algumas zonas do país e vários departamentos de proteção à mulher foram desmantelados e os seus funcionários ameaçados.
Ela também enfatizou que “contrariamente aos compromissos dos talibãs de defender os direitos das mulheres, nas últimas três semanas as mulheres têm sido gradualmente excluídas da esfera pública”, lembrando que em algumas áreas do território afegão as já estão proibidas de sair sem um acompanhante masculino.
Diante do conselho de 47 membros, Bachelet denunciou a repressão “cada vez mais violenta” de manifestações pacíficas e de jornalistas que fazem a sua cobertura no Afeganistão e pediu que haja uma prestação de contas do governo afegão às autoridades internacionais.
Brasil na lista de violadores
Bachlet voltou a colocar o Brasil na lista dos cerca de 40 países onde o estado dos direitos humanos é mais “preocupante”. Ela foi enfática ao dizer: “Faço um apelo para que as autoridades revertam políticas que afetem negativamente os povos indígenas e não se retirem da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Convenção Indígena”,
Trata-se de uma menção direta à ameaça recorrente governo brasileiro de abandonar o pacto, vigente no Brasil desde 2004. Assinado por 23 países, o documento é um dos principais instrumentos jurídicos internacionais sobre os direitos dos povos indígenas, garantindo seu direito à autodeterminação e esmiuçando a necessidade de proteção de seus territórios.