Ao longo da semana passada, centenas de líderes mundiais e diplomatas passaram pela sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York. Eles estavam focados nos discursos e debates da 76ª sessão da Assembleia Geral. No dias 18 de setembro, às vésperas do inicio do evento mais importante da diplomacia mundial, uma obra de arte gigantesca foi instalada no jardim anexo à sede da ONU, como o objetivo de inspirar as decisões que podem dar os rumos do planeta para o próximo ano.
O afresco “Mundo em Progresso II”, de 11 mil metros quadrados, é criação do artista franco-suíço Saype. Ele utilizou uma técnica que envolve a pulverização de tinta biodegradável. Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Suíça, a obra simboliza o desejo de fortalecer a solidariedade internacional. A inauguração ocorreu com a presença do Ministro suíço das Relações Exteriores Ignazio Cassis e do secretário-geral da ONU, António Guterres.
A pintura é uma continuação de “Mundo em Progresso”, outra obra gigantesca de Saype, que foi colocada está no Palácio das Nações, em Genebra, em junho de 2020, como parte das comemorações do 75º aniversário de fundação da ONU.

Nas duas obras de arte, explica o artista, a imagem é de duas crianças construindo o mundo do futuro, e representa a participação dos jovens no processo de reforma da ONU.
Na cerimônia de inauguração em Nova York, Guterres disse que era uma imagem adequada para a ONU, onde pessoas individuais e detalhes precisam trabalhar juntos para construir um quadro geral funcional. Afirmou ainda estar esperançoso que os líderes mundiais se inspirem na arte de Saype para considerar como “podemos olhar além de nosso entorno imediato, respeitando a natureza e nosso planeta”.
Arte ecológica
Guillaume Legros, ou “Saype”, nome artístico inspirado na contração das palavras em inglês “diga” e “paz”, é famoso por suas invenções artísticas usando um processo de pintura ecologicamente correto. Sua técnica especial com carvão e giz permite que ele crie afrescos enormes diretamente na grama. “Em duas semanas, provavelmente não vai sobrar nada devido ao novo crescimento da grama. Isso faz com que a obra desapareça, mais ainda do que a chuva ”, explica, acrescentando que passou mais de um ano procurando os pigmentos certos para sua arte efêmera.
Saype explica é que nas pinturas há uma pomba, que simboliza a paz. “A ideia básica é que, quando falamos de crianças, nos perguntamos sobre as responsabilidade que temos para com elas. Mas, por outro lado, são elas que terão o mundo de amanhã em suas mãos. Isso significa que devemos realmente aprender a conviver em um mundo que também é hiperconectado ”, disse.
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