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Em discurso durante a 15ª Conferência de Ministros da Defesa das Américas – CMDA, realizada no dia 26 de julho em Brasília, o Secretário de Defesa dos Estados Unidos Lloyd Austin III acusou a China de “minar a ordem internacional estável, aberta e baseada em regras” no hemisfério Ocidental.
Trata-se de uma declaração que desconsidera os fatos e está repleta da mentalidade da Guerra Fria e de preconceitos ideológicos. O gesto revela, mais uma vez, as intenções sinistras de certas forças nos EUA que visam cercear o desenvolvimento da China, prejudicar as relações China-América Latina e manter sua hegemonia no mundo. Manifestamos veemente objeção a esta atitude.
Firme no caminho do desenvolvimento pacífico e nos princípios de coexistência harmoniosa e cooperação de ganhos mútuos, a China sempre trabalha para construir a paz mundial, impulsionar o desenvolvimento global e defender a ordem internacional. A parceria entre a China e os países da América Latina, como parceria entre nações em desenvolvimento, segue os ideais de igualdade, respeito, benefício recíproco, abertura e transparência. Essa parceria baseia-se na escolha soberana e voluntária de ambos os lados, promovendo efetivamente o desenvolvimento de cada país envolvido e trazendo maior bem- estar aos povos. A China nunca interferiu nos assuntos internos dos países latino-americanos, jamais ditou seu relacionamento a partir de considerações geopolíticas, nem buscou criar esferas de influência ou participar de supostos “jogos estratégicos”.
No entanto, são os EUA que, insistindo no monroísmo, impõem seus próprios interesses às nações da América Latina, interferindo arbitrariamente nas parcerias internacionais fora da região. Esse comportamento já motivou a oposição generalizada dos países da região. É hora de cessar essas ações hegemônicas e dar aos países o devido respeito.
A China defende o multilateralismo e advoga a democracia e o Estado de Direito nas relações internacionais. Salvaguarda o sistema internacional centrado na ONU e a ordem global fundamentada no direito internacional, e repudia o unilateralismo e atos de bullying. A dita “ordem baseada em regras” apregoada pelos políticos norte-americanos, na verdade, nada mais é que promover o confronto de blocos e os jogos geopolíticos, sustentar o poder e a hegemonia dos EUA e criar grupos excludentes com vieses ideológicos. Essa retórica é impopular e certamente não terá sucesso. Exortamos o lado americano a levar em conta a opinião pública da China, da América Latina e da comunidade internacional, abandonar o pensamento de soma zero da Guerra Fria e retornar ao caminho certo de defesa da equidade e da justiça internacionais.
A América Latina, com sua pujança e dinamismo, compartilha os mesmos interesses com a China na busca da parceria de benefício mútuo e do progresso comum, assim como aspirações semelhantes em uma nova conjuntura internacional e respostas a desafios globais. A China mantém uma política externa coerente dedicada a consolidar e desenvolver as relações com a América Latina em uma perspectiva estratégica e de longo prazo. A China continuará trabalhando com o Brasil e os demais países amigos latino-americanos, para aumentar a confiança mútua, ampliar a cooperação, levar adiante as relações bilaterais e injetar novo vigor nessa parceria.
Brasília, 26 de julho de 2022
Embaixada da China no Brasil