O Brasil ocupará a partir de 1º de janeiro um assento rotativo no Conselho de Segurança da ONU. O país espera expandir a representatividade e buscar mais inclusão no órgão.
Em entrevista à ONU News, o embaixador do Brasil nas Nações Unidas, Ronaldo Costa Filho, falou sobre a atuação do país no próximo biênio 2022-2023.
Prioridades
Para ele, a prioridade deve ser a prevenção e mediação de conflitos, dando atenção necessária a toda a agenda do Conselho. Ronaldo Costa Filho afirmou que o Brasil deve reforçar seu papel na mediação e negociação, buscando “saídas satisfatórias para situações de tensão e conflito”.
“O foco do Brasil em sua atuação no Conselho é primordialmente no comprimento do mandado outorgado pela Carta, ou seja, a manutenção da paz e da segurança internacionais. Evidentemente, o Brasil como país sul-americano terá um olhar especial para problemas na sua região. […] o Conselho está aí para ajudar a prevenir e mediar conflitos em todo o mundo”
Ao citar América Latina e Caribe, o embaixador mencionou o Haiti e o processo de paz na Colômbia, que segue para a fase final de monitoramento e implementação.
Já o Haiti ainda causa preocupação. Costa Filho lembrou que o Brasil esteve há mais de 10 anos à frente da missão de paz na ilha caribenha e continuará a apoiar o processo de pacificação.
Membro permanente
Sobre a reforma do Conselho de Segurança, Ronaldo Costa Filho disse que o Brasil continua engajado e buscando uma presença no órgão, que para ele, precisa ser mais representativo, legitimo e eficiente.
“O Brasil, ao fazer sua campanha para o Conselho de Segurança, ao longo do último ano, sempre enfatizou que continuaria engajado no processo de reforma do Conselho. O interesse do Brasil vai mais além do que uma simples pretensão do Brasil sentar como membro permanente. O Brasil tem, essencialmente, um interesse em ver um Conselho de Segurança mais representativo, mais legítimo e mais eficiente. No nosso entender, isso passa necessariamente por uma ampliação do Conselho, tanto na categoria de membros permanentes quanto na de não-permanentes. Isso com o objetivo de tentar vencer a paralisia que em muitas instâncias acomete o Conselho. Nós entendemos que uma visão mais abrangente e que incorpore a visão de uma gama mais ampla de países membros das Nações Unidas possa favorecer essa legitimidade e eficiência”.
Em junho deste ano, o Brasil foi eleito com 181 votos para ocupar um assento não-permanente do Conselho de Segurança em 2022-2023.
A vaga, deixada por São Vicente e Granadinas, pertence ao grupo da América Latina e Caribe, Grulac.