Os ministros da agricultura do Grupo dos 20 (G20) se comprometeram no sábado (18) a mudar suas políticas setoriais para melhor garantir a sustentabilidade e a segurança dos sistemas alimentares no mundo.
Após uma cúpula de dois dias no centro de Florença, Itália, os ministros aprovaram uma declaração final feita de 21 pontos, principalmente focada em “identificar e superar os principais obstáculos para cumprir os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável fornecidos pela Agenda 2030)”.
“Reconhecemos a necessidade de identificar caminhos para sistemas alimentares sustentáveis e resilientes e de encontrar estruturas institucionais, colaborativas e financeiras adequadas para sua implementação, para superar os desafios de curto e longo prazo”, afirmaram eles.
O G20 também destacou seu compromisso de “tomar ações urgentes para enfrentar as causas e impactos das mudanças climáticas”, ao mesmo tempo em que protege e restaura os ecossistemas e sua biodiversidade.
Estavam no encontro representantes de África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e a União Europeia. A Espanha é convidada permanente. Juntos, eles respondem por mais de 80% do PIB mundial, 75% do comércio global e 60% da população do planeta. O Brasil foi representado no evento pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.
A Itália detém a presidência rotativa do G20 este ano. Na última coletiva de imprensa após a cúpula, o ministro da Agricultura italiano, Stefano Patuanelli, convidou todos os integrantes do grupo a buscarem políticas capazes de “reverter permanentemente o curso”, independentemente de serem impopulares no curto prazo ou não produzirem benefícios imediatos.
“Agora (após os compromissos de Florença), o próximo compromisso é definido na Indonésia no próximo ano; se não fizermos nada enquanto isso, o planeta não ficará esperando por nós”, disse Patuanelli.
Assumindo o papel da Itália no próximo ano, a Indonésia sediará a próxima cúpula do G20 em Bali.
No primeiro dia da reunião de Florença, o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Qu Dongyu, também lançou um apelo aos países do G20 para intensificarem seus esforços para enfrentar os efeitos de longo prazo da pandemia de COVID-19.
Qu reiterou que os sistemas agroalimentares são “fundamentais para reduzir as desigualdades, especialmente nas áreas rurais”. Ele também elogiou o papel do G20 na mitigação do impacto da pandemia no setor nos últimos 18 meses. Mas ele também destacou que muitos desafios persistiriam.
Conforme destacou, a pandemia “expandiu as desigualdades existentes”, citando em seguida a estimativa do Fundo Monetário Internacional de que a perda de renda per capita para os países emergentes e em desenvolvimento é duas vezes e meia a proporção daqueles nas economias avançadas.
A pandemia também aumentou a insegurança alimentar, disse Qu, citando a avaliação da FAO de que a insegurança alimentar aumentou de 8,4 por cento para cerca de 9,9 por cento da população mundial.
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