Getting your Trinity Audio player ready...
|
Situado no sudeste da África, o Malawi é um país com cerca de 20 milhões de habitantes, tendo no agronegócio sua principal atividade econômica. Em visita ao Brasil, a comitiva liderada pelo ministro da Agricultura, Lobin Lowe, esteve no Distrito Federal e em Goiás, buscando parcerias para a troca de experiências e atração de investimentos.
A visita oficial ao Brasil no final de março, cumpriu uma intensa agenda, com destaque para audiência com a ministra Tereza Cristina, na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Acompanhado pelo embaixador do Malawi no Brasil, Vitus Gomamtunda, o ministro Lowe apresentou o planejamento para desenvolvimento de seu país. Em entrevista ao Diplomacia Business, Lobin Lowe ressaltou que busca o aprofundamento da cooperação bilateral, incluindo programas para fortalecer a cultura do algodão, do tabaco e o uso de tecnologias agrárias já utilizadas com sucesso pelos brasileiros.
Confira na íntegra:
Diplomacia Business: Ministro, como o senhor vê esta oportunidade de conhecer melhor o Brasil, sua agricultura e técnicas?
Ministro da Agricultura do Malawi, Lobin Lowe: Tem sido muito bom. Agradeço muito a oportunidade e também ao Ministério da Agricultura do Brasil. Estive com a ministra Tereza Cristina, que foi muito solidária. Ela quer nos ajudar e convidou para que voltássemos, se oferecendo para acompanhar uma equipe formada pelos nossos técnicos. Disse que há muitos lugares onde poderemos conhecer melhor a utilização das solução tecnológicas do Brasil e os programas agrícolas desenvolvidos para os produtores brasileiros.
Acredito que o Malawi pode se beneficiar muito com essa cooperação. Então, a partir de julho, talvez agosto, deveremos enviar uma equipe técnica que poderá passar mais tempo aqui para aprender e trocar experiências. Para nós é inspirador ver que antes da década de 1970, o Brasil precisava importar muita coisa, mas agora estamos falando de um país que pode exportar alimentos para quase o mundo todo. É um país muito bem sucedido no agronegócio e o Malawi é uma economia em desenvolvimento. Voltaremos para casa agora com muitas ideia. Vamos relatar tudo o que foi feito nessa viagem e coordenar com o nosso presidente como será esse retorno em breve.
Qual sua avaliação sobre a relação bilateral entre Brasil e Malawi? Em quais áreas ela pode ser aprofundada?
Vemos o Brasil como um parceiro muito importante. Temos um de porco foi votada para ter uma cooperação fotônica. Podemos aprender com aquele bebê a estender esse relacionamento. E do jeito que estamos, realmente testemunhamos que nossas discussões serão muito benéficas para mim.
Há muitas iniciativas no Brasil procurando aproximá-lo dos países africanos, pois temos uma forte influência da África em nosso povo e cultura. Como o Malawi se insere nesse contexto de aproximação?
Para mim, uma coisa muito interessante é sabermos que Brasília e Malawi estão na mesma faixa geográfica, numa região tropical. O Brasil conseguiu firmar o cultivo do trigo tropical, o que significa que num país como o Malawi, podemos nos beneficiar desse tipo de semente melhorada. O clima não é a única variante, por isso temos certeza que podemos nos beneficiar dessa expertise brasileira.
Nossos países já são parceiros no âmbito do “Projeto Regional de Fortalecimento do Setor Algodoeiro nas Bacias do Baixo Shire e Zambeze” e creio que poderemos ter mais iniciativas nesse formato.
Quais são as expectativas do aprofundamento dos relacionamentos do Brasil com o Malawi?
Eu posso ver este futuro brilhante porque temos muita humilde para aprender e levarmos para nosso país o que já está dando certo aqui. Quem sabe, dentro de algum tempo poderemos contar histórias de sucesso como já tem feito o Brasil. Temos muito a oferecer para os investidores brasileiros, que ainda sabem pouco sobre nós. Pretendemos ter uma parceria crescente e boa para ambos.
Qual as melhores experiências que o Malawi levará dessa viagem?
Foi uma viagem maravilhosa, uma das melhores que já fiz. Precisamos voltar com mais tempo e trazer nosso corpo técnico, porque, além de trigo e soja sabemos que há muito mais na agricultura daqui. Nós produzimos tabaco, café, cana-de-açúcar, algodão, arroz e milho. Algo que o Brasil também faz.
A ministra da agricultura falou também sobre o sucesso de vocês com o cooperativismo, algo que já desenvolvemos, mas não tanto quando os brasileiros. Então quando voltarmos, talvez no segundo semestre, possamos também conhecer as práticas de pecuária, que o Brasil também se destaca.