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Mil fósseis retirados irregularmente do Brasil foram repatriados em 2023 em um esforço conjunto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Ministério das Relações Exteriores (MRE). Os objetos fazem parte da memória e da história paleontológica e geológica brasileira. Os fósseis estavam de forma irregular na Alemanha e na França.
Em junho, o fóssil Ubirajara jubatus, primeiro dinossauro não-aviário com estruturas semelhantes a penas encontrado na América do Sul, retornou ao Brasil após intermediação do MCTI, MRE, Embaixada da Alemanha no Brasil e Universidade Regional do Cariri (URCA), vinculada à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará. Levado do país nos anos 1990, o fóssil estava no Museu Estadual de História Natural Karlsruhe, na Alemanha, e foi levado para o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri (CE), onde ficará em exposição após estudos.
Já em dezembro, outros 998 fósseis vindos da França chegaram em território brasileiro. Eles foram apreendidos no porto francês de Le Havre após serem retirados de forma ilegal do Brasil. Além do MCTI, MRE e URCA, a repatriação contou com a interlocução do Ministério Público Federal. A Embaixada do Brasil em Paris realizou as gestões diplomáticas que viabilizaram o transporte do patrimônio para o Brasil. Os fósseis também ficarão no Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens.
Os acervos paleontológicos são provenientes da região do Geoparque Araripe, que integra a lista de geoparques mundiais da Unesco desde 2006.
O MCTI está em entendimentos com o governo do Ceará e a Universidade Regional do Cariri (URCA) para expansão do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens. “A ampliação do museu é urgente uma vez que há necessidade de abrigar os diversos fósseis que todos os dias são encontrados no Geoparque, além dos achados que estão sendo repatriados para o Brasil. Então precisamos de espaço para abrigá-los com os devidos cuidados e também para acomodar os pesquisadores bolsistas que estão trabalhando no local”, disse o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, Inácio Arruda.
Obra rara
Também em dezembro, MCTI e MRE divulgaram a repatriação do livro “Reise in Chile, Peru und auf dem Amazonenstrome” (“Viagem no Chile, Peru e no Rio Amazonas”), de 1836, de autoria do zoólogo alemão Eduard Poeppig. O exemplar havia sido furtado do acervo de obras raras do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, entre 2007 e 2008 e encontrava-se na Argentina. O livro foi entregue à Embaixada do Brasil em Buenos Aires pela justiça argentina em 21/12/2023.
A coleção de obras raras da Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna teve origem em aquisições feitas pelo zoólogo Emílio Goeldi, além de doações e permutas com instituições nacionais e internacionais. É composta por três mil obras dos séculos XVI a XX referentes a explorações, história natural e viagens, de expressivo valor para o estudo da região amazônica e das Américas.
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.