O presidente do Líbano, Michel Aoun, fez o anúncio oficial nesta sexta-feira (10) que o primeiro-ministro Najib Mikati formou um novo governo para o país. A decisão põe fim a um impasse político que já dura cerca de 13 meses.
O antigo gabinete, liderado por Hassan Diab, renunciou de forma coletiva após a gigantesca explosão no porto de Beirute, em 4 de agosto de 2020, deixando mais de 200 mortos e danos bilionários. Aoun destacou que “o Líbano herdou múltiplos problemas, além das explosões no porto de Beirute e surto de COVID-19 que potencializou a crise do país.”
“Não formo um governo, mas sim um time de trabalho a serviço dos libaneses”, ressaltou Mikati ao anunciar que sua gestão terá 24 ministérios, igualmente divididos entre cristãos e muçulmanos.
Após duas tentativas frustradas, Najib Mikati recebeu a missão de criar um novo governo no fim de julho. Ele é um político experimentado, ocupando o posto de premiê entre 2004 e 2005, e novamente de 2011 a 2014. Seu desafio será implementar reformas estruturais e desbloquear a ajuda internacional para ajudar o país a superar seus problemas financeiros.
Uma das grandes dificuldades políticas no Líbano é a obrigação de haver uma divisão igual de cargos entre muçulmanos e cristãos. A lei local estabelece que o presidente deve ser sempre um cristão maronita, o premiê um muçulmano sunita e o chefe do Parlamento um muçulmano xiita. Além disso, os parlamentares devem ser 50% cristãos e 50% islâmicos, seguindo a mesma proporção na divisão dos ministérios.