O Irã e a Arábia Saudita chegaram a um acordo no dia 10 de março para retomar as relações diplomáticas, interrompidas em 2016, num processo mediado pela China. O acordo prevê a reabertura das embaixadas em ambos os países.
Este acordo foi anunciado através de uma declaração tripartida após quatro dias de negociações secretas no Conselho Supremo de Segurança Nacional, em Pequim.
Sete anos após o corte dos laços formais, o Irã e Arábia Saudita concordaram em reabrir as embaixadas nos respectivos países no prazo de dois meses, e reiteraram o “respeito pela soberania dos Estados e pela não-interferência nos seus assuntos internos”.
O rompimento das tensas relações entre os dois países foi provocado pela invasão da embaixada saudita em Teerão em 2016, em resposta à execução de um clérigo xiita muçulmano em Riade. Em 2019, o reino culpou o Irã pelos ataques com mísseis e drones às suas instalações petrolíferas.
O movimento houthi do Iémen, alinhado com o Irã, também levou a cabo ataques transfronteiriços de mísseis e drones na Arábia Saudita, que lidera uma coligação que combate os houthis, e em 2022 estendeu os ataques aos Emirados Árabes Unidos.
O acordo também prevê a reativação de um acordo de cooperação em matéria de segurança de 2001, bem como outro pacto anterior no âmbito do comércio, economia e investimento.
Este acordo foi saudado pelas autoridades da China e da União Europeia.
O Paquistão foi um dos primeiros países a felicitar a China por esta conquista e espera que este “passo positivo abra espaço para a harmonia e cooperação regional”. Islamabad encontrou-se numa situação delicada devido à rivalidade entre os dois gigantes do mundo muçulmano, forçando o país a diversificar os seus parceiros económicos e diplomáticos.
Por sua vez Damasco espera que este acordo permita reduzir as tensões no país e na região, que é atualmente um palco de confronto entre Riade e Teerão. As autoridades políticas do Líbano e do Iémen também estão a seguir de perto este acordo.
Este esforço diplomático é um sinal das ambições globais de Xi Jinping, que foi recentemente reeleito para o seu terceiro mandato, para converter a China na primeira potência mundial em todas as esferas até 2049.
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