As Nações Unidas realizaram nesta semana a 11ª Edição do Fórum da Juventude do Conselho Econômico e Social, Ecosoc, com discussões regionais sobre financiamento, solidariedade e alcance de metas globais.
A reta final do evento foi marcada por sessões plenárias e pelo debate do 2º. Relatório de Progresso Juventude 2030. Em diálogo interativo, o foco foi a atuação da ONU em relação às prioridades para o grupo e as melhores práticas implementadas em diferentes partes do globo.
Mudanças do clima
A posição do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, é que continue a parceria com jovens como prevê a Nossa Agenda Comum, lançada recentemente.
Um dos alvos da estratégia é fortalecer e aprofundar a solidariedade com as novas gerações reforçando um “multilateralismo inclusivo e eficaz”.
Na reunião, o presidente da Assembleia Geral Abdulla Shahid defendeu o engajamento dos jovens em questões como a busca de soluções para o combate à pandemia e as mudanças climáticas.
Abdulla Shahid considera essencial a interação entre a juventude e as Nações Unidas na definição de políticas. Para ele, o futuro do multilateralismo e da cooperação global será determinado pela ação deste grupo.
Em sessão de perguntas e respostas com os participantes, a vice-chefe das Nações Unidas, Amina Mohammed, falou dos impactos da crise de saúde em áreas como educação, emprego e mudanças climáticas.
Fragilidade
Ela expressou a prontidão da ONU para reforçar a colaboração entre as duas partes na expetativa de que “as gerações mais jovens estejam pressionando os líderes mundiais e a ONU a agir sobre essas questões e trabalhando em soluções”.
A alta comissária para os direitos humanos, Michelle Bachelet, enfatizou a necessidade de proteger espaços abertos onde os jovens possam defender os direitos humanos sem enfrentar ataques, intimidação e assédio em muitos países.
A chefe de direitos humanos anunciou a criação de um kit de ferramentas sobre os direitos humanos do grupo com foco naqueles que estejam especialmente em situação de fragilidade.
Bachelet destacou que a visão e a coragem dos jovens são necessárias e “motivos de esperança em momento de recuperação”.
Educação e treinamento
No início de 2021, houve uma redução de 8,7% no emprego para jovens. Segundo Bachelet, os afetados pela situação “não encontram oportunidades de educação ou treinamento para voltar a entrar no mercado.”
A alta comissária disse que não há clareza sobre o efeito das medidas restritivas declaradas na pandemia e seu impacto na saúde mental dos jovens.
Ela apelou à advocacia e ao ativismo pelo enorme potencial destas ações para uma recuperação sustentável e uma mudança transformadora.
O evento abordou ainda os estímulos e as oportunidades para que o grupo alcance importância em espaços políticos e de tomada de decisão.