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A capital do Qatar, Doha, acolhe líderes mundiais a partir deste o domingo na plataforma global que pretende discutir a segurança e outros desafios coletivos.
Discursando no Fórum de Doha, o secretário-geral da ONU prometeu que “não desistirá” de apelar a um cessar-fogo humanitário em Gaza. António Guterres acrescentou que a falta de ação do Conselho de Segurança estava minando a credibilidade do órgão.
Resolução pacífica de disputas
No pronunciamento, o chefe das Nações Unidas realçou que o Conselho é um fórum proeminente para a resolução pacífica de disputas internacionais que ele considera estar “paralisado por divisões geoestratégicas”.
Na sexta-feira, os Estados Unidos vetaram uma resolução que exigia o fim dos intensos combates entre Israel e grupos palestinianos que iniciaram em 7 de outubro com os ataques do Hamas e seguem com uma campanha militar retaliatória das forças israelenses.
Guterres disse ter solicitado ao Conselho de Segurança a fazer pressão para evitar uma catástrofe humanitária e reiterado o apelo para que fosse declarado um cessar-fogo humanitário.
No entanto, o chefe da ONU lamentou que o Conselho não tenha conseguiu fazê-lo, considerando que isso o torna menos necessário.
Resolução com foco na prestação de ajuda
Ele disse que um Conselho de Segurança marcado por divisões entre os membros permanentes, China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos, precisava de reformas após a adoção de apenas uma resolução estreitamente focada na prestação de ajuda.
Guterres apelou por um esforço sério para atualizar as estruturas globais, enraizadas na igualdade e na solidariedade e baseadas na Carta das Nações Unidas e no direito internacional.
Ele observou ainda que as divisões do Conselho estavam “minando as soluções da Ucrânia para Mianmar e o Médio Oriente”.
“Atraso com um custo”
Em relação a Gaza, ele destacou que os ataques do Hamas e o “bombardeio implacável” ocorrido na sequência desses atos produziram apenas uma única resolução que apesar de elogiar, se tratava de um “atraso com um custo”.
No evento, o diretor da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, falou do que chama de “desumanização dos palestinianos” que permitiu à comunidade internacional tolerar o bombardeamento contínuo de Israel em Gaza.
Sobre os atos que já provocaram mais de 17 mil mortes desde que começaram em 7 de outubro, Philippe Lazzarini disse não haver dúvida de que é necessário um cessar-fogo humanitário se a intenção for “acabar agora com o inferno da terra” vivido na região.