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No dia 6 de dezembro, a Finlândia comemora sua data nacional. Em Brasília, a embaixada do país terá uma plataforma virtual para mostrar como a nação faz as comemorações. Serão exibidos vídeos do país nórdico e haverá conversas virtuais.
Em entrevista exclusiva ao Diplomacia Business, o embaixador Jouko Leinonen explica porque a Finlândia é considerada a nação mais feliz do mundo. “Para começar, os finlandeses sabem como usar ativamente seu tempo. Chuva, neve ou vento frio não são obstáculos para atividades ao ar livre”, explica, lembrando que s finlandeses estão cercados de natureza abundante, com 75% do território coberto por florestas. O ar é limpo, assim como a água, e os alimentos são frescos.
“Nossa cultura é muito mais voltada para cooperação do que para competição. Temos baixos níveis de criminalidade, excelente oferta de educação e saúde, igualdade de gênero e oportunidades, independentemente do nível socioeconômico”, conta o diplomata. Segundo Jouko Leinonen, a Finlândia tem uma meta ambiciosa: ser neutra de carbono até 2035. “Nós acreditamos nessa ambição – e, deste modo, forçamos nossas empresas e a sociedade de fazerem mais”.
De acordo com o diplomata, a Finlândia pode se tornar pioneira da bioeconomia no mundo. “Nossa estratégia é aumentar o bem-estar e a competitividade finlandesas a partir de soluções sustentáveis de bioeconomia”. Comenta que o Brasil é nosso principal parceiro daquele país em toda América Latina e Caribe. Inclusive, o comércio entre Brasil e Finlândia dobrou nos últimos dois anos. “Esse comércio moveu em torno de 1,2 bilhões de euros em 2020, com potencial de expansão”. Veja a entrevista completa.
Diplomacia Business – Como a Finlândia está comemorando sua data nacional, dentro e fora do país?
Embaixador da Finlândia no Brasil, Jouko Leinonen – A Finlândia se tornou independente em 6 de dezembro de 1917, e por isso comemoramos nossa independência nessa data: 6 de dezembro. É um grande dia na Finlândia. Normalmente, há discursos patrióticos, visitas a cemitérios, tributos em memoriais de guerra e serviços especiais nas igrejas. Usando tradicionais bonés brancos de formatura e carregando tochas, os estudantes de Helsinque se encontram no cemitério Hietaniemi e caminham até a Praça do Senado, que é tipo a nossa Praça de Três Poderes, onde ouvem os discursos e música. O Presidente concede medalhas e condecorações a algumas pessoas por realizações marcantes. O presidente, que atualmente é Sauli Niinistö (desde 2012), realiza um grande baile de gala, onde são convidadas entre 2 mil a 3 mil pessoas e que a televisão mostra direto. Infelizmente, nesse ano, a gala presencial foi cancelada mais uma vez.
Seguimos algumas tradições, como, por exemplo, colocamos velas azuis e brancas nas janelas, e as padarias vendem doces azuis e brancos também. As lojas são adornadas com decorações azuis e brancas e há bandeiras dessas cores em exposição em todos os lugares. Na TV, você pode ouvir música patriótica e discussões animadas. As famílias e os amigos se reúnem para comemorar com comidas festivas, como nossa sopa de salmão. Mas também tem uma parte mais séria: o respeito às mortes nas guerras. As festas, por outro lado, celebram nossa liberdade e cultura nacional.
Porém, nesse ano, assim como no ano passado, as grandes comemorações deram lugar às recepções virtuais. O bom disso é que várias pessoas ao redor do mundo podem assistir e comemorar conosco. Aqui na embaixada da Finlândia no Brasil, teremos uma plataforma virtual em que mostraremos um pouco de como comemoramos nosso Dia da Independência. É um meio muito interativo: vamos colocar vídeos e, mesmo que mais remotamente e virtualmente, poderemos conversar com várias pessoas de todo o Brasil, não só Brasília. Isso não aconteceria em anos anteriores, as festas eram muito mais reservadas. Hoje, somos o único país que oferece uma recepção virtual um pouco mais interativa com o Brasil.
A que o sr. atribui o título da Finlândia de nação “mais feliz do mundo”?
Embaixador Jouko Leinonen – Temos muito orgulho disso! A Finlândia foi considerada o país mais feliz do mundo pelo Relatório Mundial da Felicidade das Nações Unidas em 2018, 2019, 2020 e também em 2021. São quatro anos seguidos de felicidade reconhecida!
Realmente, muitas pessoas me perguntam por que essa nação que vive no canto norte do mundo, com um clima frio e seis meses de inverno e pouco sol, é a mais feliz do mundo? Para começar, os finlandeses sabem como usar ativamente seu tempo. Chuva, neve ou vento frio não são obstáculos para atividades ao ar livre. Os finlandeses estão cercados de natureza abundante. Para você ter ideia, 75% de nosso território é coberto por florestas. A Finlândia é, hoje, o país mais florestado da Europa e o quinto no mundo. O ar é limpo, assim como a água, e os alimentos são frescos.
Os finlandeses prezam muito por um estilo de vida saudável, com ritmo mais tranquilo. Nossa cultura é muito mais voltada para cooperação do que para competição. No geral, os cidadãos se sentem seguros, o que, na minha opinião, lhes oferece muita resiliência para lidar com os problemas da vida. Vou lista alguns outros motivos: baixos níveis de criminalidade, excelente oferta de educação e saúde, igualdade de gênero e oportunidades, independentemente do nível socioeconômico.
Todos os países Nórdicos estão dentro dos cinco países mais felizes do mundo nessa pesquisa das Nações Unidas, porque as “condições para ser feliz” são levadas muito a sério no Norte. A Finlândia ficou muitos anos em segundo lugar, mas, agora, estamos há quatro anos seguidos na primeira posição – é uma concorrência amigável entre Países Nórdicos, porque, juntos, nos orgulhamos do sistema nórdico, que é reconhecido no mundo inteiro, mas – claro – no momento, nós finlandeses temos muito orgulho de sermos os primeiros entre nossos bons vizinhos (risos)!
Como estão os avanços da Bioeconomia na Finlândia?
Embaixador Jouko Leinonen – A Finlândia tem uma meta ambiciosa, que é ser neutra de carbono até 2035. Sim – vocês leram correto; enquanto outros países do mundo têm meta de virar zero carbono em 2050 ou 2045, nós queremos alcançar esse objetivo em 10 ou 15 anos antes! Nós acreditamos nessa ambição – e, deste modo, forçamos nossas empresas e a sociedade de fazerem mais.
E enquanto empresas estão se esforçando em casa, elas vão também estar entre as melhores no mundo. E a bioeconomia é fundamental para esse objetivo, como também para criarmos uma sociedade de baixo carbono e eficiente em recursos, com economia sustentável. Temos muito know-how nessa área e forças industriais dispostas a investir em práticas mais sustentáveis, e por isso acredito que a Finlândia tem condição de se tornar uma pioneira da bioeconomia no mundo.
O próprio governo finlandês tem a bioeconomia como uma prioridade, então esse é um setor muito incentivado em todos os sentidos. E é por isso que temos conseguido usar a bioeconomia para impulsionar a economia nacional e o emprego. Nossa estratégia é aumentar o bem-estar e a competitividade finlandesas a partir de soluções sustentáveis de bioeconomia.
A primeira versão da Estratégia de Bioeconomia da Finlândia foi desenvolvida em 2014 a partir de esforços de vários ministérios. A ideia principal da estratégia, que como eu disse é uma iniciativa que parte do próprio governo, é que soluções de bioeconomia competitivas e sustentáveis para problemas globais sejam criadas na Finlândia, e que novos negócios sejam gerados tanto no mercado finlandês quanto no mercado internacional. O objetivo da Estratégia de Bioeconomia é elevar nossa produção de bioeconomia para 100 bilhões de euros até 2025 e criar 100 mil novos empregos.
Inclusive, sobre esse assunto acho importante dizer que esse ano, em outubro, recebemos o Fórum Mundial de Bioeconomia aqui no Brasil, em Belém (PA). Foi a primeira vez que esse evento foi realizado fora da Europa, em específico da cidade de origem, Ruka, na Finlândia. Belém foi escolhida por ser a porta para a Amazônia, que é uma região diversa e com muito potencial de crescer economicamente, mas de forma sustentável, a partir da bioeconomia.
O ministro Ville Skinnari visitou o Brasil de 8 a 12 de novembro. O sr. poderia fazer um balanço dessa visita?
Embaixador Jouko Leinonen – Por causa da pandemia, poucas autoridades da União Europeia vieram ao Brasil. Ville Skinnari, ministro da Cooperação para o Desenvolvimento e Comércio Externo da Finlândia, foi a primeira autoridade finlandesa a visitar o Brasil em cinco anos. A visita foi muito positiva para demonstrar nossa disposição para estreitar as relações comerciais com o Brasil, que é nosso principal parceiro em toda América Latina e Caribe. Inclusive, o comércio entre Brasil e Finlândia dobrou nos últimos dois anos. Esse comércio moveu em torno de 1,2 bilhões de euros em 2020, com potencial de expansão. Há entre 50 e 60 empresas finlandesas com subsidiárias no Brasil. Outras 400, mais ou menos, são representadas por parceiros locais.
Como já disse, a visita do Ministro Skinnari reforça que nossa cooperação ainda pode crescer muito, principalmente nas áreas de bioeconomia, digitalização e segurança, onde há uma demanda de know-how finlandês. Por isso, o ministro visitou vários ministérios, como o das Comunicações, Relações Exteriores, Justiça e Segurança Pública, Segurança Institucional do Planalto, e Defesa também. Ele pôde ver com os próprios olhos a grandeza e complexidade da Amazônia e as possibilidades para a bioeconomia. E, em São Paulo, teve oportunidade de conversar com diversos representantes do setor industrial, que pode se beneficiar muito da bioeconomia e também da digitalização.
Quais os principais acordos e parcerias resultaram dessa visita?
Embaixador Jouko Leinonen – Em Brasília, com o general Augusto Heleno, chefe da Segurança Institucional da Presidência da República, foi assinado um Memorando de Entendimento sobre Cooperação na Área de Segurança Cibernética, que estabelece bases para diferentes inciativas bilaterais. Mas projetos de cooperação foram discutidos com todas as autoridades visitadas. Em São Paulo, o ministro Skinnari participou da abertura do Webinar Brasil – Finlândia sobre aplicações do 5G em diversos setores. O ministro presenciou, na Fiesp, a assinatura de Cartas de Intenção entre Business Finland (Agencia governamental para a promoção de inovações, investimentos e comercio) e Fiesp, em termos de cooperação nas verticais do 5G. A Nokia, que é finlandesa, e o Senai assinaram um Memorando de Entendimento para confirmar aplicação do 5G nos novos laboratórios industriais do Senai, que também reafirmou a parceria com a empresa finlandesa VTT e o Centro de Startups da Aalto University, na Finlândia.
Que impressões o ministro Ville Skinnari teve da Amazônia?
Embaixador Jouko Leinonen – O ministro Ville Skinnari foi o primeiro ministro finlandês a fazer uma viagem oficial à Amazônia desde a visita de nosso presidente Halonen em 2003, e foi importante para ele ver a dimensão dessa região, e o quanto ela é rica e precisa, por causa disso, de ser protegida. Acredito que o ministro Skinnari achou a Amazônia um dos melhores destinos aqui no Brasil e percebeu que podemos contribuir e dividir experiências valiosas, especialmente no campo da sustentabilidade das florestas, que podem gerar riquezas sem sofrer impactos em sua estrutura e biodiversidade.
Em Belém, ele conheceu, por exemplo, a Cooperativa Mulheres, que produz chocolates sustentáveis. Ficou muito claro que o desenvolvimento sustentável só é possível quando envolve, também, a comunidade local. As pessoas que vivem lá dependem da floresta e podem gerar riqueza. Se a floresta acabar, elas, e as suas futuras gerações, podem perder o sustento. Para isso, é preciso ter a tecnologia e o know-how, e isso a Finlândia tem. Na verdade, Finlândia é uma prova que uma nação pode virar uma das mais ricas do mundo baseando sua economia em florestas e bioprodutos sustentáveis.
Sinto que o ministro percebeu que podemos realmente cooperar nesse sentido, inclusive envolvendo a comunidade local, porque finlandeses são muito práticos e sempre apostaram na educação e conservação de seus recursos para crescer.
Economia circular foi um dos temas tratados. Como a Finlândia tem trabalhado nessa área e que resultados têm conseguido?
Embaixador Jouko Leinonen – A economia circular é muito mais do que apenas reciclar. Inclui novos modelos de negócios e novos produtos. Envolve novas maneiras de considerar o ciclo de vida de um item, como construir um produto que seja duradouro e reparável.
A Finlândia criou o primeiro Roteiro Nacional para uma Economia Circular do mundo (2016–2025). De acordo com as estimativas, a economia circular pode contribuir com um valor agregado anual de pelo menos três bilhões de euros para a economia finlandesa até 2030. Para a Finlândia, a bioeconomia circular é uma ferramenta para alcançar o desenvolvimento sustentável, combater as mudanças climáticas, economizar recursos naturais e melhorar o estado do meio ambiente, ao mesmo tempo que gera crescimento econômico e empregos.
Atualmente, a Finlândia está conduzindo práticas de economia circular que proporcionam benefícios a todos os setores empresariais e sociais. Além das iniciativas nacionais, também incentivamos a economia circular globalmente. O Fórum Mundial de Economia Circular, uma iniciativa do Sitra – o Fundo Finlandês de Inovação -, apresenta as melhores soluções de economia circular do mundo e reúne os principais pensadores e executores da economia circular.
Hoje, a Finlândia está classificada em 14º lugar em um ranking mundial em número de patentes emitidas relacionadas à reciclagem e matérias-primas secundárias, um dos principais indicadores da economia circular monitorados pela UE. Per capita, chegamos aos primeiros lugares. Os exemplos práticos podem ser, do lado do consumidor, um esquema de depósito que ajudou a levar a reciclagem de embalagens de bebidas para perto de 100%. Do lado industrial, as empresas se esforçaram para aumentar a eficiência para ter sucesso na competição global, incluindo o desenvolvimento da produção de energia renovável e a utilização de fluxos de resíduos como fontes de energia.
O Brasil acaba de fazer um leilão para implementar o 5G no país. Como a Finlândia pode ajudar nesse projeto?
Embaixador Jouko Leinonen – A Finlândia é o país mais digitalizado da Europa. A história da Nokia é uma das razões pelas quais a Finlândia é precursora global na digitalização, atualmente. Na década de 1990, os tomadores de decisões públicas promulgaram regras para encorajar a digitalização, enquanto as instituições educacionais priorizaram as habilidades necessárias para se trabalhar em empresas digitais e globais. Hoje, a Nokia é um player global, sendo um dos três maiores fornecedores de equipamentos e serviços 5G.
O know-how finlandês vai ajudar o Brasil a se tornar um país mais digitalizado e conectado em todos seus processos, desde educação, saúde, até atividades industriais e agrícolas. Todos esses processos podem ajudar as empresas a serem mais lucrativas a custos mais baixos, ao mesmo tempo que podem ajudar as instituições públicas a melhorarem os serviços e o atendimento a partir de soluções mais baratas, rápidas e eficientes. A eficiência é um benefício importante, mas a digitalização também pode impulsionar a inovação e a criatividade.
A Finlândia é um dos países que melhor lida com a questão de gênero. O que podemos fazer para avançar nessa área?
Embaixador Jouko Leinonen – A Finlândia tem um bom histórico de igualdade de gênero. Ocupamos o quarto lugar quando o assunto é igualdade de oportunidades no mercado de trabalho, segundo o ranking mundial do Global Gender Gap Report 2018. A Finlândia é um país onde as mulheres geralmente trabalham em tempo integral e têm igual acesso à educação e à saúde. É também onde as mulheres têm maior probabilidade de participar plenamente na vida política e econômica do país. O sucesso da Finlândia como país está, em grande medida, ligado às melhorias no status das mulheres e à igualdade de gênero.
Hoje, mulheres e homens estão igualmente representados no mercado de trabalho finlandês. Isso se deve a creches acessíveis e de boa qualidade, medidas para conciliar a vida profissional e familiar e uma política de distribuição das licenças parentais de maneira mais uniforme entre os pais. Já em 1917, várias mulheres finlandesas receberam quatro semanas de licença de maternidade e hoje em dia a licença parental é de quase um ano e também é cada vez mais utilizada pelos pais, os homens. A saúde e o bem-estar das famílias são apoiados por clínicas de saúde infantil e outros serviços. A Finlândia também é famosa por seu pacote de maternidade enviado a todas as futuras mães ou familiares.
Mas, obviamente, ainda há espaço para melhorar, como diminuir as disparidades salariais entre homens e mulheres e a falta de mulheres em cargos executivos. No entanto, no Serviço de Relações Exteriores finlandês, as mulheres estão em um excelente patamar. Elas compõem a metade dos embaixadores e mais de dois terços dos funcionários do Serviço de Relações Exteriores (2021).
A Finlândia tem população envelhecida e escassez de mão-de obra. Precisa de entre 20 mil a 30 mil trabalhadores imigrantes por anos para manter os serviços públicos, entre outros. Ao mesmo tempo esbarra nos preconceitos contra a vinda de imigrantes para o país para ocupar postos de trabalho. Como o sr. avalia essa questão?
Embaixador Jouko Leinonen – Essa é verdade, realmente a Finlândia precisa de mais imigrantes para substituir profissionais que se aposentam. Nosso governo atual está pensando em soluções para aumentar a imigração de forma controlada e digna. Por causa disso, nossas embaixadas estão incentivando a entrada de estudantes, pesquisadores, especialistas e empresários. Nós acreditamos que esse tipo de imigração vai criar relações verdadeiras entre países e vai gerar benefícios para todos. Finlandeses e outros europeus normalmente não têm muito preconceito com pessoas que buscam emprego em nossos países, porém, às vezes, têm receio que grandes massas de refugiados cruzem as fronteiras. Isso porque essas pessoas chegam em volume descontrolado, e o risco de eventos desagradáveis acontecerem aumenta devido à falta de controle.
Por ser um país muito ártico, com um estilo de vida que às vezes é muito duro, a Finlândia não costuma atrair muitos imigrantes. Não somos como o Brasil que, de certa forma, nasceu também da imigração. Ficamos muito isolados durante nossa história. Em vez de atrair moradores, enviamos para fora parte de nossa população durante os séculos 19 e 20. Até no Brasil chegaram finlandeses, e aqui, hoje, existe uma colônia pequena de finlandeses que se estabeleceu em 1929, em Penedo, no Rio de Janeiro. Uma imigração maior e um fluxo de refugiados é um fenômeno bastante novo para Finlândia. Isso tem acontecido há mais ou menos duas décadas, o que é pouco tempo, e por isso nós ainda estamos nos acostumando a isso. Acredito que todas as sociedades sempre precisam de um certo tempo para se adaptar à chegada de novas pessoas e culturas.
Perfil do Embaixador
Jouko Leinonen ingressou no Ministério das Relações Exteriores da Finlândia como diplomata de carreira em 1996 e ocupou vários cargos antes de ser nomeado embaixador no Brasil em setembro de 2018. Trabalhou no Ministério dos Negócios Estrangeiros como diretor para os países da África Austral e Ocidental no Departamento de África e Oriente Médio; e com assuntos europeus no Secretariado da UE em Helsinque, bem como na Representação Permanente da UE em Bruxelas. Foi ministro da Embaixada em Paris, com responsabilidade especial para as questões econômicas e financeiras. Foi chefe Adjunto da Missão na Embaixada da Finlândia em Abu Dhabi (1997-2000) e Brasília (2000-2004). Antes de ingressar no MFA, o embaixador Leinonen trabalhou como consultor na Accenture. Ele possui mestrado finlandês em Engenharia (Universidade de Tecnologia de Helsinque) e em Ciências Políticas (Universidade de Helsinque), bem como bacharelado francês em Economia (Montpellier I) e em História (Montpellier III).