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Entidade representativa do Islam no país, a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil – FAMBRAS promoveu, no dia 10 de setembro, no Clube Naval de Brasília, uma homenagem às Forças Armadas Brasileiras. O evento ressalta as missões de paz – atualmente há militares brasileiros em nove missões da ONU em todo o mundo em localidades como Darfur, Chipre e no Líbano, entre outras localidades.
A colaboração com as Forças Armadas em cursos de preparação para missões de paz é um exemplo da dedicação da FAMBRAS em promover a harmonia e a cooperação internacional.
O Vice-Presidente da FAMBRAS, Ali Hussein El Zoghbi, em seu discurso, destacou que há mais de 40 anos, uma das missões da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, a FAMBRAS, é desmistificar a religião islâmica. Esta é uma tarefa urgente e importante para a construção da cultura de paz em todo o mundo.
“Justifico com base em dados demográficos: os muçulmanos compõem um contingente de 1,9 bilhão de pessoas. De acordo com institutos como o Pew Research Center, o Islam terá quase 3 bilhões de fieis até 2060, expandindo-se duas vezes mais rapidamente do que a média da população geral. Em resumo: grande parte dos habitantes da Terra professarão a fé islâmica”, prosseguiu.
Segundo o Vice-Presidente, infelizmente, o que assistimos hoje, é que muitas pessoas associam o muçulmano à violência – um triste estereótipo reforçado pela mídia, pela indústria do entretenimento e, sobretudo, pela desinformação. O papel da FAMBRAS, então, tem sido disseminar informações de qualidade acerca do Islam, reforçando dois valores fundamentais: a preservação da vida e a defesa da paz.
“É no entendimento sobre a importância da paz que está a nossa principal convergência com as Forças Armadas Brasileiras, especialmente quando falamos em missões de paz. Tem sido uma honra, para nós, colaborar com a formação dos militares que atuarão em regiões de conflito”, reforçou
Quando pensamos neste trabalho tão nobre, sabemos que é preciso muito mais do que coragem e comprometimento com a missão. Lidar com pessoas, construir pontes de diálogo e até mesmo oferecer acolhimento podem ser tarefas mais fáceis quando se têm conhecimentos específicos sobre elas. Informações que aproximam e são encaradas como demonstração de respeito.
O Vice-Presidente falou também sobre os encontros de formação da FAMBRAS, que, da forma mais didática e assertiva possível, abordam questões religiosas e culturais que permeiam os muçulmanos. “Muitos militares participaram ao longo das edições, inclusive, como palestrantes, compartilhando sua experiência em missões de paz. E muito do que eles revelaram, incluindo os seus desafios, foram por nós considerados”, acrescentou.
“Neste processo de colaborar com as Forças Armadas, uma outra importante razão nos move. A FAMBRAS, atualmente, é presidida por brasileiros descendentes de libaneses. Encaramos esta colaboração com as missões de paz como uma prestação de serviços ao nosso país – que tem uma longa história de contribuição para a manutenção da paz mundial, o que muito nos orgulha”, disse.
Na ocasião, Zoghbi, ressaltou ainda, os mais de 55 mil militares que participaram de mais de 50 missões de paz desde 1956, recordando, especialmente, aqueles que perderam suas vidas neste trabalho humanitário, incluindo personalidades civis de extrema relevância como a Coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, vítima do terremoto no Haiti, em 2010, e Sérgio Vieira de Mello, funcionário do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), que faleceu num ataque à sede da ONU no Iraque.
Finalizou seu discurso agradecendo a presença de todos no evento, com a esperança de que Deus inspire todos os seres humanos na busca pela paz, pois somente assim o mundo será mais justo, tolerante e humano.
Representando o Ministério da Defesa e o Ministro da Entidade, José Múcio, o Major Brigadeiro do Ar José Ricardo de Menezes Rocha, falou do trabalho incansável que o Ministério da Defesa e as Forças Armadas brasileiras realizam na garantia da integridade do território nacional, na defesa dos interesses e dos recursos naturais, industriais e tecnológicos brasileiros, na proteção dos cidadãos e dos bens do país, assim como na inviolabilidade da soberania da nação.
“Embora essas sejam as funções precípuas das Forças Armadas de qualquer País, no Brasil, há uma série de ações, não menos relevantes, as quais estão no bojo do que chamamos de missões subsidiárias. Nesse diapasão, há pontos de conexão entre as Forças Armadas brasileiras e a FAMBRAS”, sublinhou.
Como expressado pelo Major Rocha, ao longo dos 45 anos de existência, a FAMBRAS tem buscado contribuir com o fortalecimento de uma sociedade mais humana, e ,no mesmo sentido, as Forças Armadas brasileiras têm participado do dia a dia do povo, buscando apoiá-los diuturnamente. “Uma constatação disso está expresso nos slogans das Forças: Marinha do Brasil – Protegendo nossas riquezas, cuidando da nossa gente; Exército Brasileiro – Braço forte, mão amiga; Força Aérea Brasileira – A nossa Força onde o Brasil precisar”, confirmou.
‘Na noite de hoje, exaltamos ainda a participação das Forças Armadas brasileiras em missões que vão além da proteção e bem-estar do nosso povo. As missões de paz têm a nobre tarefa de auxiliar países devastados por conflitos a criarem condições para que a paz seja alcançada. O Brasil vem integrando, com homens e mulheres, operações de paz e enviando contingentes, observadores militares ou oficiais de Estado-Maior desde 1947”, continuou.
O Major Brigadeiro do Ar José Ricardo de Menezes Rocha concluiu seu discurso dizendo que sua participação no evento, representando o Ministério da Defesa, tem um significado especial, pois reforça o alcance e a integração do Ministério da Defesa e das Forças Armadas nesse relacionamento diplomático, humanitário e social.
Sobre a FAMBRAS
Fundada em 1979, a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil – FAMBRAS é uma referência em se tratando do Islam no Brasil – uma religião que conta com 1,9 bilhão de fiéis no mundo, de acordo com dados do Instituto Pew Research Center.
A FAMBRAS atua nos âmbitos religioso, social, cultural, econômico e diplomático por meio de projetos educacionais, culturais e assistenciais – tanto em benefício dos muçulmanos como de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Outra missão é combater o preconceito aos muçulmanos por meio da informação.