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Especialistas etíopes vieram em missão de cooperação técnica ao Brasil para aprender boas práticas nacionais relacionadas ao manejo de solos ácidos. Na ocasião, os técnicos do país africano conheceram experiências exitosas sobre a utilização de calcário agrícola e técnicas de manejo dos solos.
A agenda, organizada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, em conjunto com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), resulta de parceria com o Instituto de Pesquisa Agrícola da Etiópia (EIAR), no âmbito do projeto “Apoio Técnico ao Manejo de Solos Ácidos para fins Agrícolas na Etiópia”.
Segundo o chefe da delegação etíope, Geremew Negeri, o rápido crescimento populacional observado na Etiópia tem contribuído para aumentar a vulnerabilidade do país em relação à segurança alimentar, o que implica uso de terras muitas vezes degradadas. O projeto de cooperação com o Brasil se destina a contribuir para a superação desse desafio.
Visitas de campo
No estado do Rio de Janeiro, a delegação visitou as propriedades rurais de pequenos produtores de Seropédica, a 180 km da capital. Foram também recebidos por especialistas da EMBRAPA Agrobiologia, na Fazendinha Agroecológica, onde aprenderam sobre o sistema de produção agroflorestal integrado e o sistema de produção de orgânicos.
Na UFRRJ, os especialistas conheceram o trabalho dos técnicos do Laboratório de Análise de Solo, Plantas e Resíduos e visitaram o Museu de Solos do Brasil, onde tiveram contato com o acervo de solos nacionais e mundiais.
Na região serrana do estado do Rio de Janeiro, os visitantes conheceram o funcionamento da produção em estufas e a utilização da técnica de fertirrigação de leguminosas e outros vegetais. Na Central de Abastecimento (CEASA-RJ), a aprendizagem versou sobre o sistema de distribuição dos alimentos que, atualmente, abastece as regiões de Nova Friburgo, Teresópolis e a capital, Rio de Janeiro.
No Paraná, a delegação visitou as instalações de uma empresa privada, onde conheceu as instalações da Mina Saivá – onde são retiradas as rochas para produção de calcário – assim como as instalações da fábrica de produção de calcário agrícola.
Em Ponta Grossa, a 14 km da capital paranaense, os técnicos africanos foram recebidos pelo reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Miguel Neto, que se interessou pelo projeto de solos ácidos com a Etiópia. O grupo sublinhou o sucesso da cooperação Sul-Sul para o desenvolvimento de capacidades de pessoas que vivem em países mais vulneráveis, cujo potencial para o crescimento da produção de alimentos permanece, segundo eles, ainda represado.
Na Fazenda Escola Capão da Onça, conheceram técnicas de manejo de culturas para manutenção da fertilidade e conservação de solos degradados, bem como o uso de maquinário agrícola para aplicação de calcário em pó em pequenas parcelas de tratamento agrícola.
Na missão, foi desenhado o plano de ação para as próximas atividades do projeto em 2024, que prevê a capacitação de técnicos extensionistas do EIAR na coleta de solos e análises em laboratório. Além disso, pequenos produtores rurais receberão treinamento na aplicação de calcário para a correção dos solos buscando o aumento da produção de alimentos.
Informações da Agência Brasileira de Cooperação – ABC.