Os Estados Unidos assinaram esta semana um pacto de segurança com a Papua-Nova Guiné, que dá às forças americanas o acesso aos portos e aeroportos desse país insular do Pacífico de 10 milhões de habitantes, zona onde os americanos pretendem travar a crescente influência da China.
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O acordo foi assinado pelo chefe da diplomacia americana e pelo ministro da Defesa de Papua-Nova Guiné, Win Bakri Daki, antes da abertura de uma reunião do Fórum Estados Unidos-Ilhas do Pacífico, que reuniu dirigentes de 14 Estados insulares do Pacífico Sul em Port Moresby, capital da Papua-Nova Guiné.
Segundo o Departamento de Estado americano, este pacto permitirá “melhorar a cooperação em matéria de segurança e reforçar ainda mais as relações bilaterais (…) e aumentar a estabilidade e a segurança na região”, Antony Blinken vincando por sua vez que os dois países vão ter a possibilidade de embarcar nos navios um do outro, partilhar seus conhecimentos e “patrulhar melhor” conjuntamente no mar.
Concretamente, nos termos deste pacto, os Estados Unidos vão passar a ter acesso às águas da Papua-Nova Guiné e, neste sentido, ganham capacidade de se desdobrar militarmente nessa zona, junto das rotas marítimas para a Austrália e o Japão.
Em troca, para além de ter acesso às informações dos satélites americanos de vigilância, tornando possivelmente mais efetivo o combate às atividades ilegais em alto mar, o Departamento de Estado americano informa que a Papua-Nova Guiné recebeu a promessa de um financiamento de 45 milhões de Dólares para combater o crime organizado, as mudanças climáticas, ou ainda a Sida.
Embora não tenha sido mencionado abertamente aquando da sua assinatura, este pacto surge num contexto tenso a nível regional.
Em 2022, a China que não esconde a ambição de tomar o controlo de Taiwan, mas igualmente de estender a sua influência no Pacífico, assinou em 2022 um pacto secreto igualmente no domínio da cooperação militar com as vizinhas ilhas Salomão.
Reagindo ontem ao estabelecimento do pacto de cooperação entre os Estados Unidos e a Papua-Nova Guiné, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, disse que Pequim não se opõe às “trocas normais” entre as nações, mas teceu advertências sobre a utilização da cooperação “como pretexto para se envolver em jogos geopolíticos” no Pacífico.