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Duzentos e dois anos se passaram desde que a América Central decidiu romper com o domínio espanhol e iniciar a tarefa de construir um Estado independente, republicano e democrático.
Os embaixadores da Guatemala no Brasil, Arturo Duarte; da Costa Rica, Norman Lizano Ortiz; de El Salvador, Luiz Oswaldo Álvarez; da Nicarágua, Gadiel Arce e o Ministro de Honduras, Raul Graugnard, celebraram, na quinta-feira (14) os 202 anos do aniversário de independência de seus respectivos países. O embaixador guatemalteco foi quem proferiu o discurso na solenidade.
Independência
Arturo Duarte iniciou seu discurso lembrando que em 15 de setembro de 1821 foi assinada a Declaração de Independência e a América Central começou a entrar no espaço pós-colonial do século XIX, determinada a construir um Estado moderno, comprometido com a busca da igualdade, do bem-estar e do gozo dos direitos de todos os seus cidadãos.
Prosseguiu dizendo que todas as vozes que exigiam independência foram uníssonas e levaram à formação de um único Estado Centro-americano. Segundo o diplomata “os pais fundadores, portanto, iniciaram a tarefa de organizar um Estado baseado em princípios republicanos e inspirados nos ideais democráticos de igualdade, equidade e justiça. Esses ideais tiveram expressões concretas, como a abolição da escravidão, que foi promulgada em abril de 1824”.
Reconstrução
O embaixador reforçou que com o passar do tempo, perdemos de alguma forma o caminho que nos mantinha unidos e, por fim, a República Federal Centro-americana foi organizada em cinco repúblicas diferentes. Porém, o desejo de unidade continuou presente no imaginário de nossos povos e isso deu origem ao processo de integração centro-americana, uma das orientações da política externa de nossa região.
“E não estamos falando de possibilidades distantes, mas de nosso compromisso com um processo concreto de integração que inclui as Repúblicas formadas desde 1821, às quais se somaram as Repúblicas do Panamá, República Dominicana e Belize. Isso se traduz na convergência de critérios que orientam nossos esforços para nos aproximar do Brasil. Estamos convencidos de que unidos poderemos atingir nossos objetivos de forma mais eficiente”, completou.
América Central
Os habitantes da América Central unida somam 65 milhões de pessoas, quase um terço dos habitantes do Brasil, e juntos geramos um PIB anual de 500 bilhões de dólares. “O desenvolvimento de nossas economias torna-se significativo quando somamos todas as nossas possibilidades nos setores de turismo, comércio e investimento”, disse.
Duarte concluiu seu discurso expressando, em nome dos embaixadores de El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica, que “é uma honra celebrar este aniversário de nossa independência em um período de relações dinâmicas e promissoras entre o Brasil e a América Central. “Esta data é propícia para celebrar nosso compromisso de trabalhar incansavelmente para elevar essas relações à sua máxima expressão”.
A Secretária de América Latine e Caribe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil – Itamaraty – Gisela Maria Figueiredo Padovan, por sua vez, ressaltou que os países da América Central, apesar de suas diferenças e serem unidades separados, são um exemplo de união para o mundo.
Destacou ainda qualidades de cada um dos países, elogiando o compromisso da Costa Rica para com o meio ambiente; que detém 24% de todo o seu território protegido; os patrimônios arquitetônicos e históricos da Guatemala, além de ser o berço da cultura maia; a fusão de culturas de El Salvador e Honduras; e o influente cenário cultural da Nicarágua.
Concluiu sua fala fazendo um apelo pela união dos países da América Latina e Caribe para vencer os desafios globais, principalmente, o da mudança climática e desenvolvimento sustentável e lutar pelo cultivo da democracia e proteção dos direitos humanos.
O evento aconteceu no Mirante da Orla, Cota Mil Iate Clube em Brasília. Na ocasião, estiveram presentes embaixadores, autoridades do governo, membros do corpo diplomático, imprensa e amigos da América Central.