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No âmbito da promoção dos valores de tolerância, convivência entre os povos e as diferentes religiões e culturas, os Embaixadores do Conselho de Cooperação do Golfo (Saleh Alsuwaidi, Emirados Árabes Unidos; Talal Sulaiman Alrahbi, Sultanato de Omã; Bader Alhelaibi, Reino do Bahrein; Faisal Ghulam, Arábia Saudita , Ahmad Mohammed Ali Mohamed, Catar e Talal Rashed Al-Mansour, Kuwait) receberam convidados na noite de terça-feira (12), no Dunia City Hall, em Brasília, para participar do Iftar do Ramadã.
O Iftar, marca a quebra do jejum diário durante o corrente mês sagrado do Islã é, por sua vez, um momento de congraçamento durante o mês do perdão, como também é conhecido o Ramadã. Na ocasião, os muçulmanos realizam, de maneira generosa e comunitária, o desjejum diário, depois do pôr do sol, evidenciando o lado festivo e comunitário da religião muçulmana.
Convidado ilustre, o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Embaixador Mauro Vieira, em seu discurso destacou que “os valores do Islã são compartilhados com as demais religiões monoteístas, onde mais de metade da população mundial, que hoje professa o islã, o cristianismo e o judaísmo, partilha, ademais, de outros importantes valores, como a generosidade, a fraternidade, o respeito recíproco, a solidariedade e a convivência pacífica”.
Vieira disse que “o atual período do Ramadã, que comemoramos ao lado de 1,8 bilhão de fiéis muçulmanos espalhados por todos os continentes do mundo, dos quais entre 800 mil e 1,5 milhão no Brasil, segundo a Federação das Associações Muçulmanas no Brasil (Fambras), nos remeterá, invariavelmente, com tristeza e indignação, ao cenário de destruição, morte e ferimento de dezenas de milhares de palestinos em Gaza, assim como aos mais de dois milhões de palestinos submetidos a níveis alarmantes de insegurança alimentar”.
Sublinhou também que neste Ramadã, muitos palestinos, inclusive crianças e mulheres, na Faixa de Gaza, não terão o que comer nem o que celebrar. “O flagelo humanitário em Gaza nos insta a refletir, independentemente de nossa fé, acerca das consequências nefastas da guerra, como a perda de vidas inocentes, a destituição de famílias, a multiplicação de crianças órfãs. Em resumo, nos insta a refletir sobre a agonia e a aflição provocadas pelas ações humanas”, acrescentou.
O diplomata aproveitou a oportunidade para destacar que desde 7 de outubro, o Brasil condenou os hediondos atos praticados pelo Hamas em território israelense e considerou imperativa a libertação imediata e incondicional dos reféns israelenses e estrangeiros mantidos em cativeiro. Ao mesmo tempo, não é possível se calar diante das mais de 30 mil vítimas palestinas, incluindo bebês, crianças e mulheres.
“O Brasil tem incansavelmente defendido, inclusive durante nossa presidência do Conselho de Segurança da ONU, a cessação das hostilidades e a prestação desimpedida de ajuda humanitária, crucial para assegurar a sobrevivência de centenas de milhares de civis em Gaza. Seguiremos trabalhando para que seja alcançado, com a máxima urgência, cessar-fogo permanente. Só assim poderemos tomar as medidas inadiáveis para aliviar o sofrimento humano e iniciar o longo e árduo processo de reconstrução. Não apenas de Gaza, mas de todas as vidas destroçadas pela guerra e, eventualmente, da confiança e da paz”, completou.
Mauro Vieira finalizou sua fala sublinhando a frutífera cooperação do Brasil com os países membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) que certamente será aprofundada graças ao ingresso da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes no BRICS. Elogiou ainda as relações econômicas e comerciais mantidas com todos esses países são produtivas e intensas.
“Nosso comércio com os países do Conselho é expressivo, com fluxo superior a US$ 16 bilhões em 2023, assim como essencialmente complementar”, comentou.
Concluiu garantindo que o Brasil reconhece os valiosos esforços empreendidos pelos países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) para diversificação de suas economias e o desenvolvimento harmonioso de suas sociedades. Manifestando a clara intenção de que este jubileu nos permita trabalhar com ainda mais afinco para aprofundarmos nossos vínculos bilaterais. “Ao mesmo tempo, renovamos nosso compromisso com o fortalecimento das profícuas, e comparativamente mais antigas, relações com a Arábia Saudita e o Kuwait”, disse.
Durante o evento, os convidados apreciaram uma grande variedade de pratos doces e salgados típicos de cada um dos países do Golfo, apreciando belas orações e vídeos que retratam as belezas dos países árabes, assim como as belezas do mês sagrado do Ramadã.
Seguido por 25% da população mundial, o Islã tem como pilares a fé, a oração, a caridade, a peregrinação e o jejum. Um dos alicerces da fé muçulmana, portanto, o Ramadã é momento sagrado de meditação, de recolhimento espiritual, de reflexão individual e de prática da caridade.