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As moedas Macuquina e Lempira, as cerâmicas Lenca e as pinturas dos hondurenhos Juan Pablo Delgado, Julio Visquerra e Fredi Danilo Mendonza podem ser vistas no Instituto Cervantes até o final do mês. Durante a abertura da mostra, dia 17, o embaixador Jorge Alberto Milla-Reyes discorreu sobre as pinturas e o estilo de cada um dos três expositores e especificou detalhes da arte hondurenha, segundo ele, um ofício antigo em seu país.
“Quando os espanhóis chegaram em Honduras, já havia a prática antiga da fabricação de colorantes e distintas técnicas de pinturas, com distintas cores conseguidas pela ação do fogo em argilas especiais”, disse o embaixador. Ele falou sobre as peças de cerâmicas Lenca e o famoso azul Maia, uma cor que não se pode reproduzir com exatidão, nem sequer usando técnicas modernas. Sua fórmula, que inclusive continha sangue, se perdeu no tempo.
Heroi Lempira
“Trazemos uma curiosidade, a Macuquina”, disse o embaixador Jorge Reyes, explicando que a Macuquina (cujo exemplar está exposto no Instituto Cervantes) era uma moeda provisória de prata, usada durante a época colonial, como meio de pagamento. Essa moeda era cunhada manualmente e cortada com martelo, somente na quantidade necessária para fazer uma compra, por isso tem a forma irregular. O embaixador também falou de outra moeda que ficou para a história: a Lempira, a moeda nacional estabelecida entre 1932 e 1933. O nome lembra um herói indígena que lutou contra a conquista espanhola.
“Tres pintores hondureños en Brasilia 2021”, uma exposição comemorativa ao bicentenário de independência de Honduras, segundo o embaixador Jorge Reyes, o primeiro evento cultural da embaixada do seu país, depois que veio a Covid-19 e obrigou o distanciamento social e o encerramento de muitas atividades. “Escolhemos com cuidado nossos pintores”, afirmou o diplomata. Disse que visitar a exposição é uma boa maneira de voltar a viver e a renascer, “apreciando a explosão de cores de Danilo Mendonza; o frescor das flores e frutas de Julio Visquera; ou a reflexão que nos convida a interpretação mitológica de Juan Pablo Delgado”.
Segundo Jorge Reyes, Honduras está em festa pelos 200 anos de independência, “uma data de importância histórica fundamental. Hoje podemos refletir serenamente sobre esse grande acontecimento e reconhecer que nossa independência foi feita sem derramamento de sangue”, comentou.
Os pintores
São três artistas hondurenhos, com diferentes estilos, idades e formação, expondo no Instituto Cervantes. O pintor Juan Pablo Delgado, 48 anos, estudou na Escola Nacional de Belas Artes de Tegucigalpa, onde se formou em professor de Artes Plásticas. Trabalhou como desenhador científico e design gráfico na Escola Agrícola de Zamorano. E depois como chefe do Departamento de desenho gráfico da Impressão Internacional. Ganhou vários prêmios e participou de várias exposições nacionais e internacionais. “Narciso” um dos seus quadros retrata um homem nu, sentado sobre um chão espelhado, com rosto no joelho, pensativo. Ao fundo da obra, há um outro quadro de pintura, uma combinação diferente e inusitada, feita por Juan Pablo.
Julio Visquerra apresenta, entre outras obras, o quadro “Sacerdotisa”, em cores fortes e ângulos bem delineados. Nasceu em Olanchito, em 1943, estudou pintura na Escola Nacional de Belas Artes de Tegucigalpa. Morou em Nova Iorque e terminou seus estudos na Espanha. Depois de viver mais de 20 anos na Europa, regressou a Honduras. Entre seus temas, figuram frutas para simbolizar a vida e a fugacidade, a decadência do poder e o processo da vida e da morte. Outro seu tema central é a figura feminina. Fez exposições em diversos países da América, Europa e Ásia.
Já o pintor Fredi Danilo Mendonza, de Choluteca, tem 36 anos, e desde muito menino descobriu sua vocação. Formou-se em técnico de eletrônica e, em 2007. Em 2010, participou de uma oficina de design e pintura na Casa Calle e nesse mesmo ano dedicou-se a pintura de muralismo. Em 2011, recebeu aulas de técnica e estilo com o professor de Belas Artes Ernesto Argueta, patrocinado pelo Banco Central de Honduras. “Origen” um dos seus quadros apresenta uma combinação de cores exuberantes, com figuras em linhas retas de pequenos animais.
Serviço:
Mostra Trés pintores hondurenhos en Brasilia – 2021
Salão de Exposições do Instituto Cervantes
SEPS 707/907 conjunto D, Brasília
A mostra é aberta ao público, com entrada franca
Horário: de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, até dia 30 de setembro, seguindo os protocolos de segurança contra a Covid-19.
(+55) 061 3242 0603 || informabras@cervantes.es