O embaixador da Costa Rica, Norman Lizano, está em seu terceiro ano como representante de seu país no Brasil. No início do ano ele assumiu a presidência do GRULAC (Grupo de Países da América Latina e Caribe) em Brasília.
O bloco regional reúne as representações diplomáticas de 25 países e têm realizado uma série de ações em conjunto. A presidência costa-riquenha vai até 30 de junho e Norman Lizando diz estar preparado para liderar o grupo, considerando sua redes de contatos já estabelecida no Brasil.
“Para mim é muito importante essa posição e acredito que tenho muito a oferecer. Estou preparado para uma presidência ativa, com várias ações planejadas. Como reunimos países de diferentes perfis, vamos investir na inclusão, defendendo os interesses de todos”, disse ele em entrevista exclusiva ao Diplomacia Business.
Ele destaca que, em fevereiro, o GRULAC foi o primeiro grupo regional a ser recebido pelo chanceler Mauro Vieira e toda a nova equipe do Itamaraty. Também já se reuniram com os diplomatas da União Europeia para debater a possibilidade de realizar atividades conjuntas.
“Outra ação de destaque é o Festival de Cinema Latino-Americano, que realizaremos em junho aqui em Brasília, que chega à sua 6ª edição. Temos várias ações na área da saúde e comércio. Em abril devemos fazer uma visita conjunto a Minas Gerais”, conta.
Avaliando a diplomacia brasileira, que entra em uma nova fase no governo do presidente Lula, Lizado diz estar otimista. “Estive presente na posse do ministro Vieira e pude constatar que a nova política exterior do Brasil marca uma volta a muitos espaços dos quais havia se afastado, uma delas é a CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos)”, pontua.
Isso foi visto em janeiro, quando o presidente Lula esteve na VII Cúpula de CELAC, realizada em Buenos Aires. “Isso é muito importante, pois o Brasil, pela sua grandeza, não pode estar afastado, dos acontecimentos na América Latina e Caribe”, afirma o embaixador da Costa Rica. Ele afirma ainda que há um posicionamento bem firme, percebido na participação ativa do Brasil em fóruns de debate internacionais como BRICS, o G20 e o Conselho de Segurança da ONU.
Entre os temas prioritários da GRULAC estão as pautas ambientais e de transição energética. “São temas globais, que procuramos trabalhar juntos, regionalmente e como comunidade internacional, afinal a região amazônica está nai América do Sul, É uma dos biomas que mais precisa ser protegido no mundo”, assevera.
Ainda conforme Norman Lizano, o esforço de todos deve ser valorizado. “Há um interesse dos países europeus em ajudar, como a Noruega e Alemanha, que deram uma importante contribuição financeira ao Fundo Amazônia. Em breve, a União Europeia e os Estados Unidos também devem contribuir. Porém, as região tropicais deveriam se unir para fazer pesquisas sobre esse tema, isso inclui África e o Sudoeste da Ásia, pois trará a todos um grande desenvolvimento”, finaliza.