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A Embaixada de Israel no Brasil recebeu convidados na noite de terça-feira (25), no Royal Tulip, em Brasília, para uma experiência gastronômica especial. O evento contou com a participação do chef israelense Avishay Arjentero, responsável pelo menu da noite, e da sobrevivente do Hamas, Karina Engel-Bart, que compartilhou sua história após ter sido mantida em cativeiro por 52 dias.
O Embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, falou sobre o sistema agrícola de seu país, baseado em tecnologias avançadas, como a irrigação por gotejamento, e no cultivo de uma ampla variedade de produtos.
Além disso, destacou que a agricultura israelense se caracteriza por um sistema intensivo de produção, resultado da necessidade de superar a escassez de recursos naturais, especialmente água e terras aráveis.
Zonshine também ressaltou a importância dos kibutzim, comunidades agrícolas cooperativas baseadas na propriedade coletiva, igualdade social e produção autossustentável. Ele lembrou que muitos desses assentamentos foram destruídos nos ataques de 7 de outubro de 2023.
Por fim, o diplomata elogiou a qualidade da comida servida e agradeceu a presença dos convidados, incluindo parlamentares do Congresso Nacional.
A argentina-israelense Karina Engel-Bart descreveu os 52 dias em que foi refém do Hamas como um “inferno diário”. Ela relatou que, em 7 de outubro de 2023, ela, o marido e as filhas foram sequestrados em sua casa no kibutz Nir Oz, próximo à Faixa de Gaza. Seu marido, infelizmente, foi assassinado pelo Hamas, e Engel-Bart foi separada das filhas durante o cativeiro. Em novembro de 2023, ela e suas filhas foram libertadas.
Engel-Bart veio ao Brasil a convite da Federação Israelita de São Paulo e da StandWithUs Brasil. Durante sua visita, tem participado de eventos para cobrar a devolução dos corpos e a libertação dos reféns que ainda permanecem na Faixa de Gaza.
A israelense afirma que sua missão no momento é dar voz à luta dos reféns e trazer de volta o corpo de seu marido para que possa sepultá-lo com dignidade.
O chef Avishay Arjentero também compartilhou sua história como sobrevivente dos ataques de 7 de outubro de 2023 no kibutz Kfar Aza, onde morava com sua família. O israelense relatou momentos de desespero, angústia e medo que duraram 24 horas, mas pareceram uma eternidade. “Tenho sorte de estar aqui hoje”, afirmou.
Durante o evento, Avishay Arjentero preparou um menu especial, incluindo salada verde com frutas cítricas ao molho de romã e nozes; salada de folhas com abacaxi assado, grão-de-bico e queijo de cabra em vinagre; salada de tomate do Otef; repolho “maluco” do Avishay; legumes laranjas assados acompanhados de biscoitos “gremolata”, com burrata, silan, tahine e za’atar; mesabaha de lentilha defumada com creme skordalia de amêndoas; seiya de peixe da Drota; kebab israelense do papai, servido com pão pita torrado com azeite e tomilho, tahine e tomate assado; cordeiro mansaf; costelinha com grão-de-bico sobre cama de cuscuz; ceviche e sofrito de frango. Para a sobremesa, o chef serviu maçãs “bangev” e sorvete de iogurte com tahine cru, amêndoas cristalizadas, silan e água de rosas. O destaque das bebidas foi o vinho israelense.
Sobre Avishay Arjentero
O chef israelense Avishay Arjentero tem mais de 15 anos de experiência em culinária profissional, gestão de cozinhas e operações em eventos.
Mesmo após a experiência traumática de 7 de outubro, o chef, que também tem origem árabe, continua liderando um food truck na fronteira com a Faixa de Gaza e acredita na convivência pacífica entre os povos.
O menu preparado para o evento trouxe influências tanto de sua região de origem quanto de seu aprendizado ao estudar gastronomia em países como Austrália e Espanha.