A embaixada de Israel no Brasil, realizou ontem (25) na Residência Oficial, o evento “Memória na Sala de Estar” em lembrança à todas as vítimas do Holocausto, maior genocídio do século XX, acontecido entre os anos de 1939 e 1945.
Estiveram presentes na cerimônia, embaixadores, representantes do corpo diplomático e ministério das relações exteriores, imprensa, amigos da comunidade israelense e pela sra. Rolande Fichberg, uma sobrevivente do Holocausto.
Daniel Zonshine, embaixador do Estado de Israel no Brasil, explicou brevemente sobre a história do genocídio em massa que tirou a vida de milhões de pessoas, não somente judeus. O embaixador informou que o Dia Internacional foi instituído pela ONU há 17 anos atrás, em 2005.
“A data oferece a todos nós uma oportunidade de prestar homenagem aos que já foram, e também, por outro lado, leva-nos a pensar de quais formas podemos evitar que fenômenos com esse voltem a acontecer”, completou Zonshine.
Sinônimo de força e resiliência, Rolande Fichberg, sobrevivente, relatou os horrores da guerra e da perseguição aos judeus e outros grupos. Com uma trajetória de vida emocionante e cheia de superação, Fichberg diz que, apesar de todos os obstáculos e momentos de dor, encontrou pessoas solidárias em sua fuga da Europa e imigração para o Brasil.
No evento, a embaixatriz de Israel no Brasil, Liora Zonshine e outros integrantes da embaixada israelense compartilharam em apresentações fotos de alguns de seus familiares que, infelizmente, passaram pelos momentos tenebrosos da Segunda Guerra em campos de concentração.
Durante a solenidade foi apresentado o livro de receitas manuscritas, registradas em pedaços de papel e em folhetos da época, conhecido como “Ravensbrück Cookbook”, elaborado em 1945 por uma judia húngara chamada Edith Peer, junto de outras mulheres, enquanto ela era prisioneira no campo de concentração de Ravensbrück, no norte da Alemanha.
As receitas mais conhecidas são as de Judernrat, do Gueto de Lodz, que foram distribuídas a partir de 1942 e tentaram, sem sucesso, criar alimentos a partir de batatas e repolhos que eram trazidos para o gueto. Segundo o folclore, esse prato era chamado de “yushnik”.
A embaixatriz Liora Zonshine é conhecida por seu dom na culinária e no preparo de refeições típicas deliciosas. Dessa vez, Liora reproduziu algumas das receitas do livro “De um mundo Perdido”, mostrando aos convidados a forma de preparo e os ingredientes utilizados pelas mulheres de Ravensbrück. Ao final, todos se juntaram à mesa para apreciar os pratos e homenagear as vítimas.
Sobre a data
Criado por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto é observado anualmente no dia 27 de janeiro, data na qual, em 1945, aconteceu a libertação do principal campo de concentração de Auschwitz localizado na Polônia.
No dia, todos aqueles que foram mortos e torturados nos diversos campos de concentração comandados pela Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial, são homenageadas. Além disso, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), foi criada para evitar acontecimentos semelhantes aos horrores do Holocausto.
Rolande Fichberg Perfil
Nascida na Bélgica, Rolande tem 87 anos e chegou ao Brasil em 1947 com apenas 7 anos de idade. Ativista pelos Direitos Humanos e escritora, a belga passou longos anos pesquisando histórias e relatos de outras vítimas do Holocausto em diversos países.
Essas histórias são contadas em suas obras, como “O moinho: revisitando a minha história”, onde ela fala do nazifascismo na Europa, das migrações forçadas, separações familiares, perdas e, claro, relata sua própria experiência. Atualmente, Rolande mora na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.
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