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Dia 21 de fevereiro foi declarado pela UNESCO como o Dia Internacional da Língua Materna, após resolução de uma Conferência Geral, em 1999. A data visa lembrar a riqueza da diversidade linguística e cultural, bem como para promover
multilinguismo.
Em 2008, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu esta dia em sua resolução Cultura de Paz, dando-lhe o status de observância global. Para Bangladesh este dia representa o sacrifício para estabelecer o direito de usar a língua materna.
Nesse sentido, a embaixada de Bangladesh em Brasília realizou uma cerimônia virtual nesta segunda-feira (21), em parceria com a UNESCO Brasil e o Governo do Distrito Federal (GDF).
A abertura ficou a cargo da embaixadora de Bangladesh, Sadia Faizunnessa, sendo seguida por Marlova Jovchelovitch Noleto, diretora da UNESCO Brasil. Em nome do GDF falou Renata Zuquim, Escritório de Assuntos Internacionais.
Desde Bangladesh, participou Kamal Abdul Naser Chowdhury, coordenador-chefe do Comitê de Celebração do Pai da Nação Mujibur Rahman Bangabandhu. Também discursou o Embaixador Shabbir Ahmad Chowdhury, Secretário do Ministério das Relações Exteriores de Bangladesh.
Houve ainda manifestações dos Embaixadores da França, Sri Lanka e Reino Unido no Brasil. Em seguida, discursou o boliviano Eddie Avela, vencedor do primeiro Prêmio Internacional de Língua Materna.
A programação cultural contou com apresentações de música e danças típicas da Argentina, Bangladesh, Brasil, Cuba, Egito e Jamaica. Finalizando a cerimônia foi exibido um vídeo com crianças de diferentes nações falando sobre a importância da língua materna.
O evento está disponível na íntegra pelo canal da embaixada no Youtube.

Linguagem e história
Na história de Banglasdesh, o dia 21 de fevereiro de 1952, tem grande importância. Uma demanda da população do Paquistão começou sua demanda para ter o reconhecimento do bangla (ou bengali), falado pelo maioria dos moradores daquela região, como uma das línguas do estado.
O governo paquistanês negou o pedido e teve início uma grande marcha pelo país, num protesto que foi reprimido, gerando mortes. O movimento nacionalista culminou com a independência de Bangladesh, em 1971, adotando como denominação oficial o nome da sua língua.
Entre os mártires do movimento de independência estão o de Salam, Barkat, Rafiq, Jabbar e milhares de outros. Conforme a embaixada, o movimento em defesa da língua “foi a semente da independência de Bangladesh, semeado naquela luta histórica pelo Bangla”.
Na capital Dhaka está o monumento Shaheed Minar, dedicado aos “mártires da língua”. O local é uma lembrança daqueles que foram mortos durante as manifestações do movimento de 1952.
Anualmente, em fevereiro ocorrem ali apresentações, danças, dramas de rua com o idioma
e herança de Bangladesh. Além disso, uma feira do livro que dura um inteiro, atraindo milhares de pessoas.