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Por ocasião do início da Presidência polonesa na União Europeia, o Chefe de Missão da República da Polônia no Brasil, Andrzej Cieszkowski, recebeu convidados na noite de quarta-feira (29) para uma recepção. Esta é a segunda vez que a Polônia preside os trabalhos do Conselho da União Europeia. Desde a primeira vez, em 2011, a Polônia tem crescido e se desenvolvido, tornando-se uma nação bastante moderna, com experiência na condução da política europeia e reconhecida no cenário internacional.
O Chefe de Missão polonês, Andrzej Cieszkowsk, em seu discurso, destacou que “as prioridades da presidência polaca podem ser resumidas em uma palavra importante: segurança”. Sob o lema “Security Europe”, a liderança abrange os desafios do mundo atual e uma abordagem multidimensional da segurança, que reforça a resistência da Europa e garanta a prosperidade dos seus povos.
“Além de buscarmos fortalecer a Europa no aspecto externo e interno, nós concentraremos em garantir a segurança em áreas chave para a vida dos europeus, como segurança á informação, economia, energia, alimentos e saúde. A segurança externa exige o fortalecimento da defesa europeia de maneira convoluta, a promoção da prontidão da nossa defesa e aumento dos gastos militares”, acrescentou Cieszkowsk.
O diplomata também deixou claro que além de manter o apoio à Ucrânia, que se defende da invasão da Rússia, “também agiremos para garantir a segurança externa, interna, a segurança interna da União Europeia, reforçando as fronteiras europeias e fortalecendo nossa resiliência contra as ameaças híbridas que tão frequentemente confrontam nosso continente”.
Outros pontos focais na presidência polonesa frente ao Conselho da UE é garantir a segurança da informação; assegurar e melhorar a competitividade da economia europeia; reduzir os preços da energia, fortalecendo também a infraestrutura crítica na Europa; segurança alimentar; e segurança de saúde e à saúde pública.
No âmbito da política externa da União Europeia, Cieszkowsk enfatizou que o Brasil é um parceiro muito importante da Polônia e de toda a União Europeia, compartilhando uma parceria estratégica baseada em estreitos laços históricos, culturais, econômicos e políticos. A UE é a maior investidora estrangeira e a segunda maior parceira comercial do Brasil, compartilhando interesses em vários assuntos, como economia, tecnologia, inovação, meio ambiente e proteção dos direitos humanos.
“Durante a presidência polonesa no Conselho, o Brasil continuará sendo um foco da União Europeia, e esperamos que a cúpula entre o Brasil e a União Europeia, que deve ter lugar neste semestre, produza resultados concretos com o objetivo de expandir nossas relações. Muitas das prioridades da nossa presidência devem ser de interesse direto de nossos parceiros brasileiros, incluindo, por exemplo, a segurança da informação, as mudanças climáticas, a segurança alimentar”, prosseguiu o Chefe de Missão.
Finalizando seu discurso, Andrzej Cieszkowsk, apresentou o fruto oficial da presidência polonesa: a maçã. A fruta foi escolhida pelo fato da nação ser a maior produtora de maçãs da Europa e as maçãs polonesas são famosas pelo seu sabor e qualidade.
Representando o Governo Brasileiro, Maria Luísa Escorel de Moraes, Secretária de Europa e América do Norte do Ministério das Relações Exteriores – Itamaraty, felicitou a Polônia por assumir este importante papel de liderança em um momento tão crucial para a Europa e para o mundo.
Escorel falou também sobre as relações entre o Brasil e a União Europeia. “Nossas relações são antigas, profundas e fundamentadas em valores compartilhados, como respeito à democracia, aos direitos humanos, o compromisso com o multilateralismo e com o desenvolvimento sustentável”.
A Secretária sublinhou, contudo, que se mostra necessário fortalecer a atuação conjunta entre o Brasil e o Bloco da UE para avançar na defesa da democracia, combatendo o extremismo e a desinformação. “Sabemos que essa é uma das prioridades, como aqui foi dito, da presidência polonesa, além da transição energética e da saúde pública, tópicos igualmente da mais alta relevância para o governo brasileiro”, disse.
Aproveitou a oportunidade para mencionar com grande entusiasmo a conclusão das negociações do acordo de parceria entre o Mercosul e a União Europeia em dezembro passado, um marco histórico que “trará benefícios para ambos os lados”.
A Embaixadora concluiu sua fala renovando o compromisso brasileiro de trabalhar de forma próxima e construtiva com a Polônia e com todos os Estados-membros da União Europeia em prol da prosperidade de todos e da construção de uma ordem global mais justa, pacífica e sustentável.
Última a discursar, a Embaixadora da União Europeia no Brasil, Marian Schuegraf, afirmou que o sistema de Presidência do Conselho da UE representa o esforço colaborativo que une, apoia e encoraja a conquista de um mundo mais justo, próspero e pacífico para todos.
Elogiando o Brasil, relembrou que o país sul-americano possui um excelente vínculo com a UE, e trabalha em prol do multilateralismo, da mitigação das mudanças climáticas, democracia, livre comércio e do direito internacional, além de ser um grande apoiador das Nações Unidas. “Hoje em dia, a defesa da democracia é mais importante do que nunca. E este é um elo específico entre nós dois, pois a UE é a região mais democrática em metade do globo. O Brasil é a região mais democrática na parte sul do globo. Então, nos unimos nessa defesa da democracia em muitas áreas”, disse Schuegraf.
A diplomata lembrou que outro ponto importante do vínculo UE-Brasil é o setor dos direitos humanos. “Testemunhamos em 2023 no Conselho de Direitos Humanos em Genebra uma concordância de votos de mais de 95% entre a UE e o Brasil, e acho isso notável. Ambos também estamos muito comprometidos na luta contra a fome e a pobreza”.
Schuegraf concluiu dizendo estar bastante confiante na Presidência polonesa no Conselho da UE nas áreas chaves de segurança, defesa e resiliência, que alinham-se estreitamente com tópicos que também lidam com o Brasil, “seja fortalecendo a democracia contra a desinformação ou promovendo a transição energética, nossa parceria prova que continentes separados podem se unir por objetivos comuns”.