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A Embaixada da Nicarágua no Brasil realizou, na quarta-feira (19) um evento em comemoração aos 44 anos do triunfo da revolução sandinista na Nicarágua. Na cerimônia, que aconteceu na Praça América Central em Brasília, estiveram presentes embaixadores, representantes do corpo diplomático, imprensa e amigos do país.
Nicarágua
Na solenidade, o embaixador da Nicarágua no Brasil, Gadiel O. Arce, iniciou seu discurso afirmando que seu país é “lar de povo sempre triunfante, onde temos o orgulho, a honra e o privilégio de ter dois Gigantescos ícones mundias, o “General dos Homens e Mulheres Livres” Augusto C. Sandino, e o Príncipe das Letras Castelhanas, Diplomata, Jornalista, Escritor e Poeta, Ruben Dario”.
Segundo Arce, a Nicarágua sempre esteve na agenda das potências imperiais porque a terra é abençoada com riquezas naturais, com água abundante, com minas de ouro, com terras férteis maravilhosas e com paisagens paradisíacas de lagos e vulcões.
“Além disso, a Nicarágua tem o privilégio de ter uma posição geopolítica que tem sido objeto de múltiplas tentativas de posse por parte dessas potências, pois está localizada no centro das Américas”, prosseguiu o diplomata.
Disse também que “múltiplas guerras e intervenções latentes forjaram o Caráter e a Dignidade Nacional dos Nicaraguenses, desde William Walker, que em 1856 com os senhores de escravos do SUL dos Estados Unidos veio a proclamar-se Presidente, e ao tomar posse emitiu dois decretos, um, estabelecendo a língua inglesa como oficial e dois, a escravidão”.
Revolução Sandinista
“Era 17 de julho de 1979, quando o ditador Anastasio Somoza fugiu do país, ante o empurrão das forças vitoriosas e guerrilheiras da Frente Sandinista de Libertação Nacional. Mais tarde, em 19 de julho daquele mesmo ano, os nicaraguenses, os combatentes, guerrilheiros, da Frente Sandinista de Libertação Nacional, derrotaram a Ditadura Militar Somocista. É nessa data que a Nicarágua decidiu ser um país livre, soberano e independente, onde a política interna e externa passou a ser decidida pelo povo e governo nicaragüenses”, disse Zepede.
Prosseguiu dizendo que “este 19 de julho de 1979 constitui a pedra angular sobre a qual repousa a Nicarágua. O novo Estado nicaragüense enfrentava o desafio de desenvolver uma política externa própria, com princípios de independência nacional, não alinhamento e defesa dos interesses nacionais, dentro do espírito cristão e solidário do pensamento de Sandino”.
Quarenta e um dias após o triunfo da Revolução, a Nicarágua conseguiu sua entrada nos países não alinhados, o presidente Comandante Daniel Ortega – na qualidade de líder do Maestro Histórico e coordenador da Junta de Governo da Reconstrução Nacional em setembro de 1979 compareceu a La Havana para o VI Cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados, recebendo pleno apoio, expressando: “o povo nicaraguense conquistou com sangue o direito de estar aqui hoje, rompendo assim com um passado histórico de subserviência à política imperialista.
Volta por cima
Arce lembrou em sua fala que em 2007, após 16 anos de neoliberalismo, a Frente Sandinista de Libertação Nacional voltou a triunfar, através do Governo de Reconciliação e Unidade Nacional, liderado pelo Comandante Daniel Ortega, dando início a UMA NOVA ERA de restituição de direitos, com desenvolvimento, justiça social e total Respeito à soberania nacional. Uma nova Nicarágua com alta participação popular.
“Graças a Deus, avançamos firmes, enfrentando pressões e agressões constantes, sempre com força e dignidade. Derrotamos a famosa tentativa de golpe de 2018 que afetou significativamente nossa economia, bem como fomos afetados pela pandemia do COVID 19, mas graças a nossas políticas sérias e responsáveis conseguimos manter nossa população protegida deste vírus e conseguimos manter o país seguro, aberto e com economia funcional”, acrescentou.
Prosseguiu afirmando que “conseguimos reposicionar a nossa economia no caminho do crescimento, mantendo e expandindo todos os programas e projectos de investimento social, estradas, pontes, água potável, habitação, energia, electricidade, hospitais, postos de saúde, postos de vacinação, esquadras, segurança no campo e cidade, atenção a desastres naturais e emergências, combate ao narcotráfico e ao crime organizado, entre outros”.
Uma nova Nicarágua
Nos últimos tempos, a Nicarágua avançou significativamente nos indicadores macroeconômicos, superando as cifras de investimento estrangeiro e exportações dos últimos anos, superando inclusive as cifras anteriores à tentativa de golpe. “Sem dúvida, isso se deve à responsabilidade do Governo e à coragem e trabalho do povo nicaraguense”, disse o embaixador, que informou que “agora, como sempre, continuamos a trabalhar sob um Modelo Socialista que se concentra no Desenvolvimento Humano, nos Direitos das Pessoas e no Bem-Estar Social e na Justiça”.
Em matéria de energia, a Nicarágua tem sido uma referência na política de mudança energética em um sentido pró-ambiental para as energias renováveis. Observado pela fundação “The Climate Reality Project”, e publicado em nosso país pelo “Nuevo Diario” com o título “Nicarágua top três em energia renovável”.
O diplomata acrescentou que por outro aspecto, em termos de produção de alimentos e soberania alimentar, o Programa Fome Zero tem sido um sucesso fundamental, entre outros motivos, por seu perfil igualitário e abordagem de gênero, concedendo terras e vários tipos de apoio a milhares de nicaraguenses.
No que diz respeito a saúde, a Nicarágua hoje se destaca por seu modelo de Saúde Comunitária e Familiar. Em 2009, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) reconheceu o esforço do Governo da Nicarágua com seu programa de imunização, como um dos mais bem avaliados internacionalmente.
Objetivos atuais
Entre as prioridades do governo nicaraguense, estão: reduzir os níveis de pobreza e extrema pobreza de forma referencial. Zepede comentou que a economia nicaraguense cresceu em média 5,2% segundo estatísticas do Banco Central da Nicarágua, crescimento apenas interrompido pelo desequilíbrio socioeconômico gerado pelas ações da Tentativa de Golpe Fracassada em 2018.
Importante ressaltar que o Governo da Nicarágua tem promovido inúmeras políticas com enfoque de gênero, o Relatório do Ano do Fórum Econômico Mundial destacou a Nicarágua como o país com maior igualdade de gênero na América Latina, e a nível mundial na posição número 7.
“A Nicarágua cumpre com o dever de reconhecer os direitos das mulheres, o direito de liderar, o direito de ser líderes, de viver em harmonia, o direito de defender a vida contra qualquer tipo de ameaça, o direito de viver em paz”, disse.
Nicarágua no cenário internacional
Segundo o Índice de Competitividade Global 2017-2018 do Fórum Econômico Mundial, a Nicarágua conseguiu ocupar o quinto lugar no ranking dos países com as melhores estradas da América Latina e o primeiro da América Central.
Como destacado por Arce, “faz parte da política externa da Nicarágua estabelecer laços de amizade, união e cooperação com os países do mundo, sempre defendendo o respeito aos princípios e direitos internacionais”. Além disso, a Nicarágua está perante novos tempos e ciclos nas relações internacionais, um autêntico multilateralismo exige hoje a adaptação da ONU às tendências objectivas para uma arquitectura multipolar das relações internacionais.
“Queridos irmãos e irmãs, acredito firmemente que podemos e devemos construir relações melhores, mais justas, equilibradas, solidárias e cooperativas para melhorar a vida de nossos povos”. Também oportunidades. Temos uma agenda comum, luta contra a pobreza, cooperação, financiamento para o desenvolvimento, transferência de tecnologia, energia renovável, transformação digital, pesquisa científica, inovação, comércio e investimento”, concluiu.