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Na noite de quarta-feira (30), na Residência Oficial do Embaixador da Armênia no Brasil, Armen Yeganian, e da Embaixatriz, Maria Yeganian, foi realizada uma recepção em comemoração ao Dia da Independência do país e à inauguração do novo edifício da Embaixada em Brasília.
A cerimônia foi iniciada com a execução dos Hinos Nacionais do Brasil e da Armênia, seguido de um vídeo mostrando as inúmeras belezas e a rica herança cultural, histórica e arquitetônica da nação do Cáucaso.
Primeiro a discursar, o Embaixador da Armênia no Brasil, Armen Yeganian, iniciou seu discurso afirmando que a Armênia é um país que, embora bastante novo, é nação democrática, que sobreviveu à histórias, altos e baixos, tragédias, vitórias, genocídios, limpezas étnicas, e que isso tudo a tornou muito proeminente na defesa dos direitos humanos.
“Somos muito fortes nos direitos humanos a nível internacional, dinâmicos no Conselho da Europa, nas Nações Unidas, especialmente nas Assembleias Gerais, maior de mulheres empregadas do que em muitos outros países avançados. “Além disso, defendemos todo tipo de liberdade, incluindo a religiosa”. Embora majoritariamente cristão, o islamismo e a religião ortodoxa, entre outras, são livremente praticadas na nação.
No âmbito internacional, Yeganian ressaltou as relações muito profundas da Armênia com a União Europeia, cuja integração ao Bloco está em processo e enfatizou a excelente relação comercial com a União Eurasiática e, claro, com os vizinhos no Oriente Médio. “Além disso, estamos tentando ser mais ativos em empreendimentos internacionais”, frisou o Embaixador.
Já no que diz respeito das relações Armênia-Brasil, Yeganian garante que as mesmas estão se intensificando positivamente a cada dia. “Desde abril do ano passado, observamos um progresso significativo, evidenciado pela criação do Grupo de Amizade Brasil-Armênia e pelas Consultas Políticas no Itamaraty, e ainda temos mais pela frente”.
Segundo o diplomata, a amizade entre os países transcendem política. A vasta comunidade armena vivendo no Brasil é a prova disso. “Essas pessoas são a ponte que conectam nossas nações e sou muito grato a todas elas”.
Yeganian finalizou seu discurso dizendo não sentir nenhuma diferença emocional entre brasileiros e armênios. “São pessoas gentis, calorosas, receptivas e de coração aberto, e acho que esta é uma grande força em nossas relações que podemos desenvolver ainda mais”.
A Secretária do Ministério das Relações Exteriores, Maria Luísa Escorel de Moraes,
embora geograficamente distante, a Armênia é muito próxima do Brasil, sobretudo graças à importante contribuição dos migrantes armênios que começaram a chegar a nosso País a partir do início do século XX.
“Estima-se que a comunidade armênia no Brasil conte com aproximadamente 40 mil pessoas, concentradas sobretudo no estado de São Paulo, que vêm colaborando enormemente para o desenvolvimento da nossa sociedade, em setores variados como educação, negócios, politica, diplomacia e cultura”, prosseguiu Escorel.
A Secretária sublinhou que os vínculos humanos constituem base sólida para o relacionamento bilateral, que encontra-se em constante expansão. “Em 2025, esperamos receber o ministro Ararat Mirzoyan, e sua delegação em Brasília. Estamos confiantes de que será uma excelente oportunidade para avançar em diferentes áreas de interesse comum”.
Lembrou que o Brasil foi o primeiro país latino- americano a reconhecer a independência da Armênia e a abrir uma embaixada em Yerevan, em 2006. “A abertura da missão armênia em Brasília, em 2010, foi outro marco importante no processo de aproximação entre nossas nações”, falou Escorel.
Em nome do Governo do Brasil, Escorel concluiu desejando votos de paz e de prosperidade ao povo da Armênia, reafirmando o firme compromisso brasileiro de continuar trabalhando para o aprofundamento das relações bilaterais, em beneficio de ambas as sociedades.
Por sua vez, o Deputado Federal, Arnaldo Jardim, reforçou que a Armênia tem como princípios a luta pela paz entre as nações e defesa dos direitos humanos e combate a corrupção, o que fortifica o embasamento do grupo de amizade Brasil- Armênia, que têm como objetivo intensificar a agenda bilateral entre os dois países.
Disse ainda que o Senado lutou pelo reconhecimento do genocídio que foi submetido o povo Armênia, frisando que o mesmo “tem que ser claro de todas as nações internacionais”. Em 2015, o Senado reconheceu o genocídio armênio e recomendou ao Presidente da República que também o reconhecesse, porém o Brasil ainda não consta na lista dos países que reconheceram oficialmente o massacre.
Fez questão ainda de mencionar a plena aplicação da Convenção de Genebra, onde o povo armênio fez o gesto grandioso de buscar, recentemente, a paz com o seu país vizinho, o Azerbaijão. “Não há como não defender a justa determinação da Armênia sobre o seu território, como um todo, das lindas paisagens que aqui foram descritas, de Nagorno-Karabakh”.
Jardim concluiu sua falando expressando seu apreço aos valores que unem as duas nações, como a defesa da paz, respeito à não intervenção e aos direitos humanos. “Que isso continue a ser o cimento de uma boa relação cada vez melhor entre o Brasil e a Armênia”.
Durante a noite, os convidados puderam apreciar uma linda dança de ballet tradicional armena, um show com composições do compositor, letrista e diplomata franco-armênio, Charles Aznavour, além de degustar deliciosos pratos típicos da Armênia e do Brasil.