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O 4 de julho é comemorado com grande alegria e fervor nos Estados Unidos da América, pois marca a Independência do país em 1776. Neste dia, com grande otimismo e alegrias, os americanos se reúnem para celebrar a liberdade e refletir sobre os tremendos sacrifícios feitos em prol de um Estado Soberano.
Em Brasília, a Embaixada dos Estados Unidos recebeu convidados na noite de quarta-feira (3), para celebrar os 248 anos da data especial e também o bicentenário de relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos, em uma recepção bastante requintada e tradicional, com pratos típicos do país e com os famosos fogos de artifício nas cores da bandeira nacional.
Anfitriã do evento, a Embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, destacou diversos pontos das relações bilaterais de seu país com o Brasil, enfatizando os prospectos futuros entre as nações amigas.
Relações EUA-Brasil
As relações diplomáticas oficialmente começaram em 26 de maio de 1824, quando o presidente americano, James Monroe, recebeu o sargento brasileiro José Sebastião Rebelo em Washington e reconheceu a independência do Brasil. “Nós fomos o primeiro país a fazê-lo, e somos muito orgulhosos disso”, disse.
“Desde o início, nós compartilhamos valores, aspirações e um cometimento à democracia que formaram nossa parceria e levaram à nossa prosperidade. Para celebrar esse milagre, nós estamos trabalhando para garantir que 2024 seja, de fato, um ano marcante”.
Bicentenário
No Brasil, a Embaixadora teve a oportunidade de participar de uma sessão do congresso que reconheceu a importância da relação bilateral. Participou também de uma sessão acadêmica bicentenária, dirigida pelo Itamaraty, do evento de lançamento de um livro comemorativo dessa amizade de 200 anos entre EUA e Brasil, assim como uma incrível exposição reforçando essa parceria.
Agenda climática
“Vemos enorme potencial no foco do Brasil na transição para energia limpa. As empresas norte-americanas expressaram seu desejo de investir nesse setor, e a Corporação Financeira de Desenvolvimento abriu, recentemente, seu primeiro escritório no Brasil, com cerca de US$ 470 milhões em novos créditos”.
A proposta do Presidente Lula para estabelecer uma nova parceria para a transição energética entre os EUA e o Brasil aprofundará a cooperação e fortalecerá os esforços para combater a clise climática. “Apoiamos os esforços renovados do governo Lula para enfrentar a crise climática, e aplaudimos seu sucesso em reduzir pela metade o desmatamento na Amazônia no ano passado”.
Os EUA, por meio da USAID e outras agências, apoiam o Brasil nesses esforços há mais de 60 anos, e continuarão a fazê-lo, segundo Bagley. “Somente no último ano, nossa parceria de US$ 300 milhões com o Brasil apoiou a conservação de aproximadamente 50 milhões de hectares de áreas protegidas”, informou.
Enchentes
Fawley destacou que as trágicas enchentes no Rio Grande do Sul foram um lembrete da urgência de combater a crise climática. “Estamos em luto por aqueles que perderam suas vidas e reafirmamos nosso compromisso em apoiar o Brasil na resposta a essa tragédia”.
Os Estados Unidos forneceram imediatamente mais de US$ 1 milhão por meio da USAID para apoiar a entrega de abrigos, água limpa e geradores para as comunidades afetadas pelas enchentes. Dezenas de empresas norte-americanas que operam no Brasil contribuíram com milhões de reais, além de suprimentos e serviços para os esforços de resgate.
Parceria bilateral
“Nossa parceria bilateral tem impacto global”, sublinhou a diplomata. Como demonstrado nas visitas recentes do secretário de Estado Antony Blinken e da secretária do Tesouro Janet Yellen, os Estados Unidos apoiam firmemente a agenda do Brasil como presidente do G20.
Comércio
Os EUA continuam a ser o principal mercado para as exportações de valor agregado do Brasil, com a venda de $7,3 bilhões em produtos manufaturados aos EUA apenas no primeiro trimestre do ano. De aviões, a ferro e suco de laranja, os EUA têm grande interesse nos produtos brasileiros. “O comércio entre nossos países promove mais de 550.000 empregos brasileiros, e cerca de 100 mil empregos nos EUA”, acrescentou.
Bagley finalizou seu discurso recordando que os Primeiros Fundadores dos EUA declararam a independência da nação com o notável reconhecimento dos direitos de todas as pessoas à “vida, liberdade e busca da felicidade”, afirmando que 248 anos depois, esses temas continuam a inspirar os americanos que lutam diariamente em prol de um mundo melhor, mais sustentável e igualitário.
Maria Luisa Escorel de Moraes, Secretária para América do Norte e Europa do Itamaraty, ao proferir seu discurso, enfatizou que cerca de 2 milhões de brasileiros vivem nos Estados Unidos, representando o maior contingente de nacionais no exterior.
“Também contamos, desde o século XIX, com a expressiva diáspora norte-americana residente no país. Essas vibrantes comunidades servem de ponte entre nossos países e contribuem para estreitar ainda mais os laços culturais e humanos entre nossas nações”, acrescentou.
Recentemente, houve uma notável reaproximação entre os dois países, com destaque para a defesa das instituições democráticas, o respeito aos direitos humanos, o combate à desigualdade racial, a promoção da inclusão social e o desenvolvimento sustentável, valores e objetivos que sedimentam os vínculos entre Brasil e EUA.
Em setembro do ano passado, os presidentes Lula e Biden lançaram a Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras. “Pela primeira vez, os líderes do Brasil e dos Estados Unidos uniram-se para enfrentar a precarização do trabalho e promover crescimento econômico inclusivo e sustentável”, lembrou Escorel.
A visita do secretário de Estado Antony Blinken ao Brasil em fevereiro e a realização do diálogo de alto nível em Washington em maio, é outro significativo fator que atesta o crescente e fluido engajamento entre as nações, e desde o início do governo Lula, foram realizadas reuniões de mais de 10 mecanismos de diálogo bilateral.
Escorel concluiu sua fala parabenizando os Estados Unidos da América por sua data nacional, expressando seus votos de que os países continuem a caminhar juntos, fortalecendo a democracia, promovendo a paz e construindo um futuro próspero e sustentável para ambas as nações e para o mundo.