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O Diretor-Geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), Embaixador Fernando Arias, se reuniu com o Ministro das Relações Exteriores da Estônia, Margus Tsahkna, em 4 de fevereiro de 2025 na Sede da OPAQ em Haia.
Durante a reunião, o Ministro Tsahkna e o Diretor-Geral Arias discutiram desafios, oportunidades e caminhos para fortalecer a norma global contra armas químicas em meio a um clima de segurança internacional em evolução, particularmente na Síria. O Diretor-Geral Arias ressaltou que a mudança no cenário político na Síria pode apresentar uma oportunidade para a OPCW concluir a eliminação do programa de armas químicas da Síria: um objetivo de longa data, que não pôde ser alcançado por mais de uma década devido à obstrução e à falta de cooperação da antiga autoridade síria.
O Diretor-Geral Arias também informou o Ministro Tsahkna sobre as atividades da OPCW na Ucrânia, incluindo as conclusões de um relatório sobre uma Visita de Assistência Técnica da OPCW à Ucrânia emitida em novembro do ano passado. A esse respeito, ele reafirmou a prontidão e o comprometimento da Secretaria Técnica em continuar auxiliando todos os Estados-Membros por meio de expertise independente.
“A Estônia apoia totalmente a OPCW na defesa das normas da Convenção sobre Armas Químicas, incluindo a condução de investigações conclusivas para atribuir ataques com armas químicas à Ucrânia e pôr fim ao programa de armas químicas da Síria”, disse o Ministro Tsahkna.
“O objetivo é atingir a eliminação completa e irreversível do programa de armas químicas da Síria, bem como apoiar a responsabilização do antigo governo sírio e de quaisquer outros perpetradores identificados”, disse o Diretor-Geral Arias. “A OPCW e sua Secretaria Técnica estão prontas para apoiar o governo interino na obtenção da conformidade de longo prazo com a Convenção.”
O Diretor-Geral Arias deu uma visão geral dos esforços contínuos da Organização para evitar o ressurgimento de armas químicas e destacou o papel do Centro de Química e Tecnologia da OPCW (ChemTech Centre) nesse sentido.
“O ChemTech Centre aprimora nossa capacidade de abordar desafios atuais e emergentes, garantindo que a OPCW permaneça na vanguarda dos desenvolvimentos em ciência e tecnologia”, observou o Diretor-Geral Arias.
“Estamos observando um progresso acelerado em tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial, que pode ter um impacto significativo nos esforços de desarmamento químico e não proliferação. O Secretariado Técnico está buscando proativamente maneiras de aproveitar essas tecnologias para aprimorar a implementação da Convenção, ao mesmo tempo em que aborda riscos potenciais”, destacou.
As discussões também abordaram os esforços da Organização para promover a universalidade da Convenção, incentivando todos os Estados que ainda não são Partes da CWC a aderir ao regime global de desarmamento químico.
Fundo
A Estônia é um membro ativo da OPAQ desde 1999.
Como órgão implementador da Convenção sobre Armas Químicas, a OPCW, com seus 193 Estados-membros, supervisiona o esforço global para eliminar permanentemente as armas químicas. Desde a entrada em vigor da Convenção em 1997, é o tratado de desarmamento mais bem-sucedido na eliminação de uma classe inteira de armas de destruição em massa.
Em 2023, a OPCW verificou que todos os estoques de armas químicas declarados pelos 193 Estados Partes da Convenção sobre Armas Químicas desde 1997 — totalizando 72.304 toneladas métricas de agentes químicos — foram irreversivelmente destruídos sob o rigoroso regime de verificação da OPCW.
Por seus amplos esforços na eliminação de armas químicas, a OPCW recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2013.