A colombiana Diana Trujillo, nascida em Cali, participa de uma das missões mais importantes da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA): Mars 2020, um projeto de exploração de Marte. Ela é a chefe de engenharia do braço robótico Perseverante da NASA. Não teria nada demais nessa história, a não ser o fato de Diana ser mulher. Contudo, para conquistar o lugar onde se encontra, a engenheira lutou muito.
Diana imigrou para os Estados Unidos em 2000. Deixou a Colômbia, depois que seu pai abandonou a família sem deixar nada. Partiu para a jornada visando conseguir dinheiro, ajudar sua mãe e seus irmãos a saírem também do país. Aos 17 anos de idade, Diana chegou aos Estados Unidos com 300 dólares, sem saber falar inglês e sem conhecer ninguém. Trabalhou como faxineira e depois em uma padaria, durante três anos, período em que estudou inglês.
Sem saber ao certo por onde prosseguir na vida profissional, Diana, ao abrir uma revista da Universidade da Flórida, ficou estimulada a estudar muito para ser astronauta e a não desistir desse sonho. “Quando li esta revista, com imagens do planeta Terra e de mulheres astronautas, vi que eram mulheres de outros países, que falavam outras línguas”, explicou Diana em entrevista ao canal do Youtube. O gosto pela Matemática também a impulsionou a estudar. Foi selecionada para um curso de verão da Academia da NASA, seguiu os estudos na Universidad de Maryland para ser gerente de operações da Nasa, posto até então nunca ocupado por uma mulher latino-americana. Dali em diante, foi galgando novos postos em ascensão na empresa.
Diana é considerada uma pessoa exigente e perfeccionista, atributos que incorporou após alguns anos de ballet, feitos com orientação de uma professora cubana. “Essa professora me ensinou a não ser medíocre”, explicou.
Perseverance – Em 18 de fevereiro deste ano, a Perseverance, da NASA, veículo de exploração mais sofisticado já enviado ao espaço, pousou em Marte, quase sete meses após deixar a Terra, em 30 de julho último. Diana Trujillo foi a engenheira encarregada de narrar para milhões de espectadores a chegada da nave americana àquele planeta. Narrou em espanhol.
Foi a primeira vez que a NASA transmitiu nesse idioma a chegada de uma nave a outro planeta. O objetivo, segundo a engenheira, era contar o feito histórico não só para cientistas para mas para avós, avôs, mães e pais, enfim a toda a comunidade latina. Diana ajudou a desenhar e a construir a Perseverance, apelidada de Persy, nave que viajou 480 milhões de km a 20 mil km por hora, da Flórida a Marte.
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