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Durante três dias, as delegações da ONU Mulheres Brasil e da Embaixada da Noruega estiveram no Maranhão para uma série de encontros com a sociedade civil e com representantes dos governos dos estados do Maranhão e do Pará. O grupo da ONU chegou ao Maranhão no último dia 15 para missão de monitoramento do projeto “Direitos humanos das mulheres indígenas e quilombolas: uma questão de governança!”, financiado pela Iniciativa Internacional da Noruega para o Clima e as Florestas, do governo da Noruega.
O objetivo das delegações, além de ouvir sobre os programas, projetos e ações de cada parceiro, foi também compreender as contribuições do projeto para os órgãos e reforçar o compromisso da iniciativa com a promoção dos direitos das mulheres indígenas e quilombolas por meio de políticas públicas que respondam às suas necessidades e tenham atenção à preservação do meio ambiente.
A analista de Programas da ONU Mulher, Ana Claudia Pereira, explica que encontros como este buscam monitorar, discutir realidades e tratar as dificuldades na garantia de direitos, que no caso destas comunidades são necessidades básicas.
“O que a gente encontra é uma série de desafios a esses povos, e algumas das políticas direcionadas a eles não são pensadas para as mulheres. Há uma lacuna que impede o acesso à água potável, à educação delas e à família, o acesso a serviços de saúde e renda, mesmo com estas mulheres trabalhando no extrativismo”, explicou a analista.
O embaixador da Noruega, Odd Magne Ruud, afirma que o apoio da Noruega ao trabalho que a ONU Mulheres junto ao governo do Estado tem sido fundamental às comunidades maranhenses, além de ser algo harmônico às boas práticas do país do Norte Europeu.
“A Noruega apoia os povos indígenas desde 1983. No ano que vem, celebraremos 40 anos deste apoio, é muito importante para nós. Esse projeto da ONU Mulheres tem papel fundamental, por meio de conscientização e orientação técnica, ele ajuda a inserir quilombolas e indígenas como beneficiárias das políticas públicas”, afirmou Ruud.
Agenda intensa
A missão foi iniciada em Penalva (MA) na terça-feira (15), quando parte da equipe da ONU Mulheres se reuniu com mulheres quilombolas e com os principais parceiros locais do projeto.
Em seguida, o grupo seguiu para São Luís (MA) para uma série de encontros com representantes da sociedade civil, mulheres indígenas e quilombolas participantes do projeto, e com parceiros da iniciativa no Maranhão e no Pará, para uma troca de impressões sobre a implementação e a relevância do projeto para a atual situação política, social, econômica e de direitos humanos.
Foram dois dias de escutas, em encontros realizados no Edifício João Goulart. Houve também audiência junto ao governador do Maranhão, Carlos Brandão, na sede do Estado, no Palácio do Leões.
Encerrando a missão, as delegações visitaram o Quilombo da Liberdade, para ouvir relatos de mulheres participantes das oficinas promovidas pela ONU Mulheres nos municípios parceiros.
A delegação da ONU Mulheres foi composta por María-Noel Vaeza, diretora regional para Américas e Caribe; Anastasia Divinskaya, representante da ONU Mulheres no Brasil; Ana Claudia Pereira, analista de Programas; Gabriela Pereira, analista de Comunicação; Maria Eduarda Dantas, analista de Direitos Humanos; Cristina Buarque, consultora de Governança de Gênero do projeto; e Maria Tacianne Araújo, consultora de Meio Ambiente do projeto. Já a delegação da Embaixada da Noruega se uniu à missão no dia 16 com equipe formada pelo embaixador Odd Magne Ruud; Mads Halfdan Lie, enviado especial para Clima e Floresta; Kristian Bengtson, coordenador do Programa de Apoio aos Povos Indígenas; e Maria Aarre Hånes, estagiária.
A missão contou ainda com representantes de entidades da sociedade civil, como a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA); Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Maranhão (ACONERUQ); e Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará (MALUNGU).
* Com informações de governo do Maranhão.