Os 20 países mais ricos do mundo, que estão reunidos em Roma, Itália neste sábado (30) e domingo (31) tem uma agenda focada em questões de saúde e climáticas. Segundo a agenda oficial, as principais apresentações abordam temas como “Economia global e saúde global”, “Mudança climática e meio-ambiente” e “Desenvolvimento Sustentável”.
A comitiva brasilera no encontro é liderada pelo presidente Jair Bolsonaro, contando ainda com Carlos França, Ministro das Relações Exteriores e Paulo Guedes, Ministro da Economia. Além do encontro coletivo dos líderes das principais economias do planeta, o presidente e alguns ministros terão reuniões bilaterais com autoridades de outros países.
Segundo informações do Itamaraty nas reuniões do G20, que são fechadas à imprensa, Bolsonaro deve dar “ênfase” a temas como saúde, comércio, clima, meio ambiente e programas sociais.
Aquecimento global
Às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que começa domingo em Glasgow, Escócia, o G20 deve anunciar o estabelecimento de medidas urgentes para manter o objetivo de limitar o aquecimento do planeta a 1,5 grau Celsius. Esse acordo deve ser ratificado pela maioria dos países na COP26, da qual participarão muitos dos mandatários das principais economias mundiais.
Entre os países que compõem o G20 estão o Brasil, a China, Índia, Alemanha e os Estados Unidos. São responsáveis por 80% do Produto Interno Bruto mundial, 60% da população e cerca de 80% das emissões globais de gases de efeito estufa.
O grupo dos 20 reafirmou o compromisso de “eliminar e racionalizar” os subsídios aos combustíveis fósseis até 2025 e reduzir o uso do carvão para produzir energia. O carvão é apontado como o principal poluente que contribui para o aquecimento global.
No documento inicial, os países se comprometem também a cortar emissões coletivas de metano,”substancialmente” até 2030. Portanto, haverá mudanças substanciais nesse sentido até o final da década.
Os membros do G20 também deverão reconhecer que se o aquecimento puder ser limitado a 1,5 grau acima dos níveis pré-industriais, os impactos das mudanças climáticas são “muito mais baixos” do que se a temperatura subir em 2 graus.
Nesse sentido, as nações desenvolvidas deverão se comprometer a aplicar “ações imediatas para alcançar a meta de 1,5 grau”, diz o documento. Esse compromisso já vem, pelo menos, desde 2015, com o Acordo de Paris. Além disso, o documento aponta o reconhecimento da “importância fundamental de alcançar emissões líquidas globais de gases de efeito estufa ou neutralidade de carbono até 2050”.
Vacinas
Outra mudança significativa é que os líderes do G20 devem assinar um compromisso de apoiar que se reduza a 100 dias o período no qual farmacêuticas podem desenvolver vacinas, remédios e exames novos durante uma pandemia, conforme indica o esboço do documento conjunto.
Via de regra, o desenvolver vacinas exige mais de uma década, mas a pandemia de Covid-19 desencadeou uma disparada inédita nas pesquisas, testes e procedimentos regulatórios que possibilitaram ter vacinas prontas em menos de um ano.
A primeira versão do documento destaca que nas eventuais emergências de saúde causadas por pandemias, “apoiaremos a ciência para abreviar o ciclo de desenvolvimento de vacinas, terapias e diagnósticos seguros e eficazes de 300 para 100 dias”. O texto está sujeito a mudanças, mas autoridades disseram que este compromisso deve permanecer inalterado.
Uma das medidas mais importantes para reduzir o tempo necessário para se desenvolver vacinas e remédios é a abreviação dos testes clínicos. Isto será possível com a cooperação entre países para a realização de testes, estabelecendo grandes registros para voluntários e envolvendo mais as agências reguladoras durante os estudos. Tecnologias novas.
* Com informações das agências de notícias.