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“Pedimos aos países que evitem ações que possam exacerbar as tensões e trabalhem juntos para manter a paz e a estabilidade”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, à imprensa nesta manhã.
A China “considera o Irã e o Paquistão como vizinhos próximos e países islâmicos importantes”, enfatizou a porta-voz. Os dois são membros da Organização de Cooperação de Xangai, fundada pela China e a Rússia.
De acordo com a agência de notícias iraniana Nour, o ataque levou à destruição do quartel-general no Paquistão do grupo jihadista Jaish al-Adl (Exército de Justiça em árabe).
O Jaish al-Adl, formado em 2012, é considerado um grupo terrorista por Teerã e realizou vários ataques em solo iraniano nos últimos anos. Na terça-feira, o Irã disparou mísseis contra o que qualificou de quartéis-generais “espiões” e alvos “terroristas” na Síria e no Curdistão iraquiano autônomo.
“Esta violação da soberania do Paquistão é inaceitável e pode ter sérias consequências”, reagiu o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão, em um comunicado.
Islamabad não especificou onde ocorreu o ataque iraniano. De acordo com relatos da imprensa paquistanesa, o bombardeio aconteceu perto de Panjgur, na província de Baluchistão, no sudoeste, onde os dois países compartilham uma fronteira de 1.000 quilômetros.
Reunião em Davos
Poucas horas antes da reunião, o primeiro-ministro interino paquistanês, Anwar-ul-Haq Kakar, reuniu-se com o ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, à margem do Fórum de Davos, na Suíça.
O ataque em território paquistanês na noite de terça-feira “causou a morte de duas crianças inocentes e feriu três meninas”, disse um comunicado oficial. Teerã e Islamabad se acusam mutuamente de permitir que grupos rebeldes operem a partir de seus territórios para organizar ataques.
“O que é ainda mais preocupante é que este ato ilegal ocorreu apesar da existência de vários canais de comunicação entre o Paquistão e o Irã”, disse o Ministério das Relações Exteriores paquistanês.
Os ataques ocorrem em um momento delicado no Oriente Médio, marcado pela guerra entre o grupo Hamas e Israel na Faixa de Gaza e disparos dos rebeldes houthis pró-Irã do Iêmen a navios comerciais no Mar Vermelho.
(RFI e AFP)