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O Grupo dos Chefes de Missão Africanos em Brasília emitiu, nessa quinta-feira (29), uma nota oficial condenando as declarações do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). O texto é assinado por Martin A. Mbeng, Embaixador do Cameroun e Decano do Grupo.
Durante entrevista ao podcast Três Irmãos, no início dessa semana, o parlamentar acusou a população africana de ter QI baixo, comparando-o a um macaco. “Democracia não prospera na África porque, para você ter uma democracia, você precisa ter um mínimo de capacidade cognitiva de entender entre o bom e o ruim, o certo e o errado”, disse Gayer, que foi acusado de racismo e pode ser seu mandato quebrado por quebra de decoro.
A nota dos diplomatas africanos afirma: “não nos permitimos omitir ou pactuar com mensagens criminosas quando originárias de indivíduos supostamente representantes do povo brasileiro”. Depois, cita nominalmente Gustavo Gayer, dizendo que ele “faz escárnio do Quociente de Inteligência dos africanos comparando-o ao de um macaco”.
Os chefes de missão africanos são veementes. “Para além da tristeza que nos invade ao saber que ainda existe esse tipo de seres, lamentamos ter de informar às autoridades brasileiras, sobretudo o Itamaraty e a Câmara dos Deputados, que o nosso Grupo, interpretando os sentimentos do Continente Africano, está CHOCADO com tamanho desacerto e delírio do parlamentarista supracitado”.
Por fim “o Grupo condena com a maior veemência tais declarações discriminatórias, humilhantes, desrespeitosas, insultuosas e degradantes por parte de um representante do povo brasileiro”.
Leia o comunicado na íntegra aqui.