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Os países desenvolvidos, que são os principais contribuintes para a emissão de gases que aquecem o planeta, como metano e dióxido de carbono, devem honrar seu compromisso financeiro de ajudar a África a se adaptar à crise climática em curso, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na quarta-feira.
Nairóbi, 4 mai (Xinhua) — Os países desenvolvidos, que são os principais contribuintes para a emissão de gases que aquecem o planeta, como metano e dióxido de carbono, devem honrar seu compromisso financeiro de ajudar a África a se adaptar à crise climática que se desenrola, disse o secretário-geral das Nações Unidas António Guterres, na quarta-feira.
Guterres, que está em visita oficial ao Quênia, disse em uma coletiva de imprensa na capital queniana, Nairóbi, que o norte industrial tem a obrigação moral de ajudar os países africanos a se tornarem resilientes ao clima.
“Os países desenvolvidos devem cumprir os 100 bilhões de dólares americanos por ano prometidos aos países em desenvolvimento e o fundo de perdas e danos acordado em Sharm el-Sheikh (cidade turística egípcia banhada pelo Mar Vermelho)”, disse Guterres, acrescentando que fazer justiça climática para a África é crucial para a paz, crescimento e estabilidade globais.
Ao reiterar que a transição para um futuro verde e resiliente é urgente na África, Guterres pediu às nações desenvolvidas e à indústria que apoiem a busca do continente pela descarbonização de setores econômicos importantes, como a energia.
Mulheres carregando água chegam ao acampamento de Baidoa, na Somália, no dia 21 de janeiro de 2023. (Foto por Abdi/Xinhua)
O chefe da ONU saudou o compromisso do presidente queniano, William Ruto, com uma transição de 100% para energia limpa até 2030, acrescentando que o ambicioso Programa de Estímulo Verde da União Africana revigorará a resposta climática no continente.
Guterres observou que a Parceria de Transição de Energia Justa da África do Sul e os planos de transição de energia do Egito e da Nigéria foram movimentos ousados em direção à transição de baixo carbono na África.
O chefe da ONU revelou que propôs um Pacto de Solidariedade Climática no qual os países desenvolvidos fornecem apoio financeiro e técnico para ajudar as economias emergentes na África e além a acelerar sua transição para a energia verde.
Guterres observou que, apesar de sua contribuição mínima para as emissões de gases de efeito estufa, a África continua a sofrer o impacto de desastres climáticos como inundações e secas.
Ele acrescentou que a crise de seca induzida pelo clima que envolve a região do Chifre da África é um alerta para governos, doadores e o setor privado apoiarem programas resilientes baseados na comunidade.
Guterres disse que 50% do financiamento climático na África deve ser canalizado para projetos de adaptação para permitir que as comunidades resistam a choques relacionados ao clima, como fome e escassez de água.