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Os cafeicultores de Costa Rica estão participando do ‘Taza de Excelencia’, uma espécie de Copa de Excelência, que seleciona as melhores especialidades de café. O concurso – realizado de abril a julho deste ano – é um dos eventos mais procurados pelo setor cafeeiro, visto que os vencedores se projetam com larga exposição ao nível mundial, abrindo-se para mercados que valorizam cafés especiais. O leilão eletrônico dos 40 cafés selecionados no país será realizado dia 29 de julho.
“O café da Costa Rica é reconhecido pela sua fineza e alta qualidade dentro dos mercados mais sofisticados e exigentes do mundo”, afirma a diretora executiva do Instituto do Café de Costa Rica, Xínia Chaves. A seu ver, o Taza de la Excelencia representa uma grande oportunidade para que os produtores e produtoras de todas as regiões possam viabilizarem-se e mostrarem a altíssima qualidade de seus cafés.
Teatro – Fundamental no desenvolvimento da Costa Rica, o café é chamado na região de Grão de Ouro. Foi o padre Félix Velarde que plantou, em 1806, o primeiro cafezal no país e distribuiu sementes de café de presente aos costarriquenhos, acreditando no potencial dessa cultura. No centro da capital, San José, existe uma placa de bronze homenageando o padre. Com o sucesso da produção, os congressistas instituíram impostos de exportação do café para financiar em 1890 a construção do Teatro Nacional – em San José, a capital – que traz em seu teto pinturas sobre colheita e exportação desse grão.
O setor cafeeiro beneficia hoje 38.804 famílias produtoras de oito regiões da Costa Rica: Valle Central, Tres Ríos, Turrialba, Brunca, Guanacaste, Valle Ocidental, Tarrazú e Oros que somam 93.697 hectares e representam 1,8% do território nacional. Uma cultura feita em solos férteis de origem vulcânico e com pouca acidez, condições ideais para excelente produção. Mais de 80% da área cafeteira localiza-se entre 800 e 1.600 metros de altitude e em temperaturas entre 17 e 18 graus centígrados.
Icafe – O Instituto do Café de Costa Rica (Icafe), que representa o setor, implementou desde 2001 o Plano Nacional Cafeteiro, com ações que melhoram a produção, o beneficiamento e a comercialização do grão. Mesmo antes do Instituto, os produtores já utilizavam tecnologias avançadas que permitiram adaptar as plantações às características de cada zona.
Neste pequeno, mas desenvolvido país de apenas 51.100 km2, localizado no coração da América Central, não só o turismo – com suas lindas praias e ondas para surf – faz sucesso. O café ali cultivado tem fama, traz fartura e progresso. É considerado um dos melhores do mundo e é responsável por cerca de 46% das exportações do país. Exporta principalmente para os Estados Unidos, além de países como Bélgica, Alemanha, Itália e Austrália.
Símbolo – A importância do café na Costa Rica é tanta que o produto até virou símbolo nacional. Em julho último, o presidente Carlos Alvarado sancionou a Lei 9815 que declara o café como décimo quinto símbolo pátrio do desenvolvimento econômico, social e cultural do país. “Sabemos a importância que o setor produtivo tem, nesses momentos de pandemia, em matéria de reativação econômica”, disse na ocasião. Agradeceu o trabalho conjunto entre os poderes Legislativo e Executivo com a iniciativa privada para reforçar a atividade cafeeira no país com equidade, eficiência e visão de longo prazo. A seleção dos melhores cafés pelo Taza de Excelencia reforça essa política, dá visibilidade e mais incentivos ao setor.
Com informações de ICAFE