O Cônsul-Geral do Brasil na Nigéria, Francisco Carlos Soares Luz, busca promover e incentivar o intercâmbio cultural bilateral, destacando que os dois países possuem vínculos tradicionais e culturais.
Luz está promovendo na Embaixada do Brasil em Lagos uma exposição que será realizada em São Paulo, de 24 a 30 de março. Trata-se do evento intitulado “Intercâmbio Cultural Nigéria-Brasil: Missões Comerciais, Conscientização e Sessão Interativa”.
O diplomata brasileiro ressaltou que existem “tradições e culturas comuns à Nigéria e ao Brasil, que antecedem a independência das duas nações e prevalecem ainda hoje.
Citou como exemplo a influência do ioribá, uma das principais línguas da Nigéria, é perceptível no Brasil, especialmente entre “cidadãos residentes na Bahia, na medida em que a língua não só foi reconhecida como língua oficial naquele eixo, mas aprovada pelo governo do Brasil como uma das línguas faladas no Brasil”, disse ele ao jornal The Gardian Nigeria. Na sequência, lembrou música é outro aspecto cultural em comum, além da agricultura, uma vez que os dois países tem um paralelo geográfico.
O Embaixador pontuou ainda que há muitos brasileiros descendentes de nigerianos que voltaram para a terra dos pais por terem dupla cidadania. “Temos vários descendentes de brasileiros em Lagos e outras cidades da costa oeste da África”, acrescentando que “há necessidade de criar essa consciência entre os dois países dessa realidade que persiste há décadas.”
Apesar da pandemia, a balança comercial entre Nigéria e Brasil cresceu quase 30 por cento nos últimos dois anos. “O comércio exterior é muito benéfico para os dois países, sendo completamente equilibrado. Vendemos US$ 700 milhões, compramos US$ 700 milhões da Nigéria”, resume Luz.
“O Brasil é o segundo maior mercado de cosméticos e nossas pequenas empresas estão abrindo filiais em países como Angola, Moçambique e África do Sul, visando penetrar em todo o mercado africano. “O volume de comércio entre a Nigéria e o Brasil até outubro foi de US$ 156 bilhões”, finalizou.
Durante o encontro, o secretário executivo da Câmara de Comércio Nigéria-Brasil, Raymond Idibia, exortou os nigerianos olhem para o potencial agrícola do Brasil que pode ensinar muito à Nigéria “pois os dois países desfrutam do mesmo clima”.